150 anos da tabela periódica são celebrados pela ONU

Ana Clara Silveira
Há 150 anos, a Tabela Periódica foi inventada pelo cientista russo Dimitri Mendeleiev. Por isso, o ano de 2019 foi eleito pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional da Tabela Periódica dos Elementos Químicos (International Year of the Periodic Table of Chemical Elements –IYPT 2019).

A organização dos elementos químicos em 1869 revolucionou o avanço das descobertas na ciência. O químico e pesquisador conseguiu posicionar os 63 elementos conhecidos na época em ordem crescente de massa atômica. Essa maneira de situá-los foi decisiva para que a tabela periódica moderna mantivesse as relações entre disposição e propriedades dos elementos. Ainda que tenha sido atualizada, os princípios constatados por Mendeleiev são úteis e inquestionáveis para a química. Seus estudos também esclarecem temas como a natureza das soluções e expansão dos líquidos.

Segundo a mestranda em engenharia química na Universidade Federal da Bahia (UFBA) Larissa Soares, “o processo de criação da tabela periódica foi lento, e, durante muito tempo, alguns cientistas buscaram entender as possíveis relações que existiam entre os elementos químicos. Porém, não alcançaram o nível de precisão científica de Mendeleiev”.

O russo foi o primeiro que teve percepção para as similaridades manifestadas entre os átomos. Ele organizou essas particularidades em grupos de forma que as massas atômicas estivessem relacionadas com as propriedades químicas. O procedimento para seleção dos padrões foi didático, pois Mendeleiev utilizou cartões para criar e sistematizar suas descobertas.

Larissa explica que “cada cartão continha informações sobre um determinado elemento químico. Conforme ordenava-os, ele percebia que muitas propriedades se repetiam com o aumento da massa atômica. Em meio à sequência dos cartões, havia espaços vazios que correspondiam à descoberta de novos elementos no futuro”.

A criatividade e inteligência de Mendeleiev ao criar a tabela periódica foram indispensáveis para descobertas posteriores no ramo da medicina, química quântica, engenharia e outras áreas. No geral, os projetos desenvolvidos no âmbito da química têm sido enfatizados pela comunidade científica e avançado consideravelmente.  Além disso, as contribuições para a sustentabilidade já são notáveis e os progressos da nanotecnologia merecem destaque. A luta contra o câncer, por exemplo, tem progredido em linhas gerais devido aos impactos das pesquisas na área físico-química.

Essa celebração também relembra a importância e presença da química no cotidiano. A engenheira explica a relevância de desconstruir preconceitos sobre os processos químicos. Pensar que são distantes da realidade ou complexos demais interfere na compreensão e visualização dos elementos na vida diária – o que pode ocorrer de maneira natural e divertida. “Um exemplo de analogia que podemos fazer é relacionar a química com o funcionamento do nosso organismo. O corpo humano é um laboratório, onde ocorrem processos químicos o tempo todo, além de ser formado por diversas substâncias em constante transformação”, afirma.

 

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