Medida que prevê testes diários da Covid-19 para os participantes do evento, ainda é estudada pelo Comitê Olímpico de Tóquio
Gabriel Henrique Teixeira
Após o adiamento das Olimpíadas em Tóquio por causa da pandemia, ainda há várias incertezas sobre como o evento vai acontecer. Se bem já há data prevista, julho deste ano, questões sobre o cancelamento ou não da competição, e o processo de testagens diárias nos atletas, continuam sendo assunto de debate. Bem como, a presença de torcedores de países estrangeiros já está descartada pelos comitês organizadores dos jogos.
São vários os fatores que, devido ao coronavírus, podem comprometer o desenvolvimento, performance e resultado dos atletas durante as Olimpíadas. O psicológico, por exemplo, é um dos mais afetados. Além da pressão por representar o seu país e tentar conquistar a vitória, os atletas enfrentam agora um motivo mais de preocupação. Os testes PCR para Covid-19 que, segundo a agência de notícia “Kyodo News”, é discutido internamente pelo Comitê Organizador Local, para serem realizados diariamente em todos os competidores durante o período do evento.
Até a data, algumas competições classificatórias tiveram que ser adiadas mais de uma vez em razão da pandemia. A competição do remo, por exemplo, foi postergada três vezes. Já no caso da natação, a classificatória que estava marcada para abril do ano passado, será realizada no mês que vem.
O processo de adequação para a efetivação das Olimpíadas, está sendo discutido dia após dia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Comitê de Tóquio trabalham para oferecer segurança e oportunidades a todos. A jornalista do portal “Olimpíada Todo Dia”, credenciada para os jogos olímpicos, Giovana Pinheiro, falou sobre o processo de preparação dos atletas para os Jogos de Tóquio, e indicou que “têm modalidades paraolímpicas que não voltaram a competir ainda”, contudo, “outras conseguiram ir para o exterior para treinar e competir”, explica ela.
Outro ponto importante abordado por Giovana foi a criação da “Missão Europa”, organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), cujo objetivo foi “levar os atletas a Portugal para treinar e agora as modalidades também estão voltando a acontecer”.
Em entrevista para “O Globo”, o jogador de vôlei de praia Bruno Schmidt, já classificado para as Olimpíadas de Tóquio, acredita que seria oportuno adiar o evento para 2024, e mesmo com o desejo de participar, garante que o momento atual não é o ideal para os jogos. “Depois de tudo o que passei, tenho o direito de dizer que a Olimpíada não deveria ser disputada este ano”. O atleta que contraiu Covid-19 em fevereiro deste ano, declara: “mais do que ninguém, quero disputar esta Olimpíada e continuarei a me preparar, porém, o evento está encaixado em um momento delicado no mundo”, lamenta.
Psicológico dos atletas
“Mais do que nunca a preparação mental se faz necessária para que o competidor consiga manter o foco nos treinos”, explica o psicólogo especializado na área do esporte Fabio Fischer. Ele aponta a importância e necessidade do atleta não se deixar influenciar demais pelo contexto de crise atual, no entanto, assegura que em ocasiões não é possível mensurar essa influência, já que “antes do atleta, temos um ser humano”, aponta Fischer.
No dia 22 de março, o governo japonês decretou o fim do estado de emergência na capital Tóquio. Sendo assim, atletas e membros de sua equipe poderão entrar no país para realizar seus treinamentos. Entretanto, a recepção dos competidores no país será muito bem controlada. Os atletas terão que seguir todos os protocolos de saúde, como a utilização de máscaras e o uso de álcool em gel, distanciamento social e testes para a Covid-19 a cada três dias. Além da quarentena de 14 dias logo na chegada ao país.