Decodificando bombas e músculos com profissionais fitness
Lia Costa
Educadora de alimentação, instrutor de boxe e youtuber fitness falam sobre a diferença entre suplemento e anabolizante e como usá-los ou deixar de usá-los em favor da saúde
Victor Lelis entrou na academia com 14 anos de idade pelo incentivo de sua mãe por motivos primordialmente de saúde. O médico o diagnosticou como ectomorfo, como chamam cientificamente pessoas de porte franzino. No início, ele não gostava de ir à academia e por isso era desleixado em suas obrigações com a mesma. Entretanto, percebeu que isso não surtiria nenhum efeito e decidiu mudar. Hoje Victor é youtuber fitness e tem sua própria loja de suplementos.
Mesmo tendo consciência de que o suplemento não era um anabolizante, ele admite ter errado em não consultar um profissional de nutrição antes de começar a usar. A falta de orientação física resultou em uma lesão no ombro que rendeu duas semanas sem exercícios. Além disso, Victor acabou engordando muito por acreditar que o alto consumo de calorias iria ajudá-lo a desenvolver melhor os músculos.
O professor de boxe e especialista em treinamento desportivo, Carlos Bruce, adverte que os três pontos essenciais são: treino com intensidade, descanso e alimentação adequada. Tanto Bruce quanto Vitor realçam que coisas conquistadas com facilidade cobram dívidas das quais serão pagas com dificuldade no futuro. “Desconfie das facilidades e tenha muita paciência”, aconselha Carlos. “Eu pratico musculação na verdade para me sentir bem comigo mesmo, levo fitness como um estilo de vida saudável”, conta o youtuber.
A educadora em alimentação e saúde Isabelle Zanoni afirma que o uso de suplementos ou anabolizantes pode melhorar o desempenho físico de forma saudável uma vez que o uso seja controlado e acompanhado por especialistas. A procura pelas “bombas” acontece pela promessa de ganho de força muscular e aumento da mesma. Quando uma pessoa que não precisa de mais hormônio toma esse tipo de medicação, pode haver muitos efeitos desde infecções na pele até evolução de alguns tipos de câncer e diminuição da produção hormonal natural entre outros diversos problemas. “Cada organismo reage de formas diferentes”, relata Bruce.
Quando usou anabolizantes, Victor teve acompanhamento médico, mas admite não ter gostado do resultado em comparação ao que esperava. Pelo contrário, teve efeitos colaterais como tonturas, dor de cabeça e espinhas. “Pra mim não valeu a pena e eu não indico de forma alguma”, declara. Isabelle não acredita que essas substâncias sejam viciantes, mas explica o que acontece na prática. “A pessoa sempre vai querer buscar algo a mais e o uso acaba sendo recorrente, muitas vezes em doses mais altas”, diz. Ela gostaria que a população de forma geral se preocupasse mais com saúde e bem estar, respeitando o próprio corpo e seus limites.
Lelis antes pensava que era só ir à academia e construir o corpo que quisesse. “A musculação é algo de 24 horas por dia, não só daquelas duas horas que você fica dentro da academia”, esclarece. Assim como os profissionais da área, ele enfatiza sobre a importância da boa alimentação e descanso apropriados para resultados mais efetivos e satisfatórios.
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