A data foi oficializada em 1965 como forma de valorizar histórias e personagens da cultura brasileira
Kelyse Rodrigues
O Dia do Folclore é comemorado todos os anos em 22 de agosto desde 1965. A data foi oficializada pelo Congresso Nacional Brasileiro com o intuito de valorizar histórias e personagens da cultura nacional. O objetivo é lembrar o conjunto de tradições tupiniquins, são práticas e saberes passados de geração em geração, refletidas em hábitos do dia a dia, vocabulário, modo de pensar e agir.
A cultura brasileira é rica por ser composta por práticas e saberes que vem de várias partes do mundo. A princípio, foi formada pelos hábitos de colonizadores portugueses, nativos indígenas e africanos. Foi sendo enriquecida com a chegada de imigrantes que vinham da região da Europa e Ásia com o decorrer do tempo. “As pessoas criavam mitos para que pudessem conhecer certos contextos, dar valor a pessoas, personagens e indivíduos, e ter nesse sentido seu lugar”, argumenta o professor de história Fábio Darius.
O folclorista Willian John Thoms criou o termo folclore, que na língua inglesa significa “povo” e “conhecimento”. Muitas pessoas acreditam nas histórias contadas, pois elas fazem parte da memória sentimental delas e compõe o imaginário popular. Alguns exemplos: Saci-Pererê, Curupira, entre outros. Além disso, tem festas que se tornaram tradição marca nacional ou regional, como o frevo e o carnaval.
Contar histórias é uma maneira primitiva de preservar a informação, que surgiu antes da invenção da escrita. Com o passar dos anos é natural que os fatos transmitidos oralmente de geração a geração sofram alteração, com informações que são acrescentadas que não eram presentes na versão original. Isso dá origem aos chamados “causos”, tão conhecidos e criados pelos interioranos.
A população que vive nas cidades com acesso fácil e rápido aos meios de comunicação, sejam TV, rádio ou internet, não tem tanto contato com as lendas. “Penso que pela facilidade de acesso à informação, a população urbana acabe sofrendo uma influência menor da tradição puramente oral, que tem entrado em declínio até entre a população mais jovem das áreas rurais”, destaca Marcelo Paes, professor de História e Sociologia.
*Foto: https://goo.gl/1sUax8