Distúrbio neurológico ainda é desconhecido por muitas pessoas
Gabriela Vieira
O Dia Mundial da Conscientização do Autismo é comemorado em 2 de abril. No último domingo, caminhadas foram realizadas em várias cidades, como Campinas e Ribeirão Preto. Essa data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007. O intuito é conscientizar acerca do assunto, devido a muitas pessoas não conhecerem o transtorno.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), diagnóstico dado ao autismo, é descrito no Manual de Saúde Mental (DSM) como um distúrbio de desenvolvimento que compromete a comunicação social e leva a comportamentos repetitivos e restritivos e, geralmente, o diagnóstico é feito no paciente ainda quando criança, a partir dos dois anos de idade.
Estudos feitos por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, indicaram que é possível detectar o transtorno a partir do primeiro ano de vida por meio de exames de ressonância magnética no córtex cerebral (local responsável por atividades psíquicas, psicomotoras e também pela fala). Os exames foram realizados em crianças que tinham irmãos autistas, aos seis, 12 e 24 meses de vida, e os mesmos que foram observados com uma diferença inicial do córtex. Quando mais velhos, foram diagnosticados com o distúrbio. A partir de um levantamento feito, uma a cada cem pessoas tem autismo.
Regiane Munhak, mãe de um menino de 7 anos diagnosticado com autismo, conta que teve dificuldades em lidar com o aprendizado e comunicação, visto que o filho não consegue se comunicar verbalmente. “Tivemos muitas dificuldades, com a rotina da casa, e em prover tratamentos adequados para nosso filho, o tempo dedicado aos cuidados com ele precisava ser integral, o que interferiu na rotina de trabalho dos pais. Hoje ainda enfrentamos dificuldades no dia a dia, porém superamos muitas coisas”, conta. Ela explica que começou a perceber os sintomas quando seu filho tinha 1 ano e 6 meses, mas que foi diagnosticado apenas aos 2 anos de idade. A mãe também afirma que teve que melhorar a segurança da casa em que mora e que houve dificuldade para encontrar uma escola adequada.
O psicólogo Renan Brandalize aponta que a primeira coisa a se pensar e avaliar em relação a transtorno autista, é que não há um tratamento totalmente eficaz. “Nós, os profissionais da saúde mental, não fomos bem-sucedidos ao eliminar os problemas sociais que afligem esses indivíduos”, expõe. Segundo ele, a partir do diagnóstico feito, terapias comportamentais são realizadas para trabalhar no aperfeiçoamento das aptidões de comunicação e capacidade de viver cotidianamente. O tratamento também reduz a autoagressão. Tais terapias podem também serem vinculadas com outras áreas, como com a educação ou zooterapia (tratamento realizado com animais).
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