A prática da leitura contribui para o desenvolvimento de capacidades como pensar, interpretar, falar, aprender e conviver.
Yasmim Ferreira
Segundo um estudo do Núcleo Ciência pela Infância, as experiências vivenciadas durante a primeira infância, ao serem estimuladas, irão contribuir na capacidade cognitiva, motora, afetiva e social das crianças. Países que implementaram programas de desenvolvimento infantil como a educação, alcançaram resultados significativos.
Como foi o caso de um programa brasileiro, que teve como objetivo desenvolver crianças pequenas de baixa renda através do incentivo à leitura. O programa foi estudado por pesquisadores do Instituto Alfa e Beto em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York ( NYU), e publicou os resultados na revista científica Pediatrics através de um artigo. Uma das pesquisadoras da NYU, Adriana Weisleder explicou que “diversos estudos americanos já mostraram que a leitura é um ótimo contexto para promover o desenvolvimento da linguagem da criança”.
Em vista disso, no dia 18 de abril se comemora o Dia Nacional do Livro Infantil. A data marca o nascimento do escritor Monteiro Lobato, considerado o pai da literatura infantil brasileira. É uma data que homenageia o escritor e celebra esse tipo de literatura com o objetivo de incentivar e conscientizar as pessoas a respeito da importância da leitura infantil.
A professora e autora de livros infantis Zil Ribas comemora o dia, ao refletir que é uma data importante. “Viva o livro! –, eu digo sempre. Especialmente, viva o livro infantil, que carrega essa potência essencial de despertar o amor pelos livros; um amor que quanto mais cedo nascer, mais haverá de perdurar”, conta.
O hábito da leitura é algo levado a sério na vida da família da Camilla Fêo. “Sempre tivemos livros em casa. Desde a adolescência, desenvolvi o hábito de ler livros e sonhava em transmitir o mesmo apreço aos meus filhos”, comenta a empresária.
Camilla é mãe de quatro meninas, e sentia que precisava estabelecer esse hábito na vida das crianças de forma definitiva. Ela diz que levou alguns meses até pegarem gosto, mas, atualmente, são leitoras ávidas.
A psicopedagoga Aluah Bianchi, coordenadora pedagógica e dona do Instagram “@muralpedagogia”, incentiva os pais de seus alunos e os internautas a inserirem hábitos saudáveis em suas vidas, tendo como foco a leitura. Bianchi aprendeu a gostar da leitura em casa. “Meus pais tinham esse hábito comigo desde pequena, e considero que isso fez toda diferença na minha formação cultural e intelectual”, aponta.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), inserir hábitos saudáveis nos primeiros anos de vida gera impacto não só no desenvolvimento da criança, mas em sua saúde ao decorrer da vida. A organização também orienta sobre os benefícios que algumas atividades podem trazer às crianças, sendo uma das vantagens o ganho de vocabulário. “Elas acabam sendo expostas a muito mais palavras do que seriam em nosso cotidiano, consequentemente, a compreensão delas amplia, bem como a capacidade de comunicação”, complementa Camilla.
Em 2019, a OMS lançou um guia com orientações para crianças com menos de 5 anos. Para os períodos em que a criança ficar sentada, a publicação recomenda a substituição de telas (celulares, tablets e TV) por atividades como leitura e apresenta o tempo de sono recomendado por faixa etária.
Para Camilla, é importante que a leitura seja feita de forma física, pois assim a criança pode ver o livro, pegar, folhear e aprender a zelar por ele, algo que as telas não proporcionam. Assim como Camilla, Aluah também prefere livros físicos e diz que “é muito bom digitar uma palavra por exemplo e ter acesso instantâneo ao seu significado sem precisar procurar no dicionário. No entanto, essa facilidade nos torna acomodados, nos atrofia”.