Casos de ansiedade aumentaram cerca de 63% em famílias da região central do país e afetam gastos financeiros.
Bruno Sousa Gomes
Uma pesquisa feita pela Serasa e Opinion Box, em relação aos impactos da pandemia na região Centro-Oeste, entre os anos de 2021 e 2022, revelou que aumentou o número das crises de ansiedade por preocupações financeiras, ocasionando mudanças de comportamento nos brasileiros.
Dados levantados por uma reportagem no portal do G1 mostram que 59% das pessoas tiveram pensamentos negativos em relação aos seus gastos financeiros, e 63% sofreram com crises de ansiedade.
A psicóloga Adriana Reis explica que “qualquer falta de dinheiro pode desencadear uma ansiedade. Fomos pegos de surpresa, algo que estava fora da nossa realidade. Dessa forma, surgiram questionamentos de como seria o amanhã, gerando uma certa insegurança.”
Apesar dos desafios, 62% dos entrevistados da região Centro-Oeste conseguiram manter suas contas em dia. Além disso, 52% conseguiram reter suas contas em azul, realizando cortes em despesas não planejadas.
Portanto, aprender a priorizar gastos tem sua importância tanto para a vida física, quanto mental. A economista, especialista em economia comportamental, Pabliny de Abreu, diz que é preciso pensar nas prioridades de compra. “Quando você prioriza e identifica se aquele item é realmente necessário naquele momento, você já está dando um grande passo na sua saúde financeira. A dica é pensar antes da compra, e se fazer duas perguntas. Eu realmente preciso disso agora? Esse item pode esperar ?”, relata.
Algumas soluções foram colocadas em pauta, para auxiliar empreendedores e microempreendedores a se organizarem e saber como lidar com esse período tão difícil no mercado. “Começamos a parar de vender fiado, e iniciamos a vender somente em dinheiro e começamos a utilizar cheques em tempo de prazo”, relata Luci de Oliveira sobre os critérios que foram adotados em sua mercearia.
Fora os inúmeros prejuízos trazidos pelo surto pandêmico, algumas pessoas conseguiram se sobressair e aprender administrar o que tinham. A matéria do G1 apontou que 67% dos entrevistados deram mais importância ao dinheiro guardado, e 56% disseram ter aprendido a cuidar melhor dos seus recursos.
Além disso, a economista Pabliny de Abreu destaca a importância de ter um bom controle financeiro. A primeira atitude sugeria é esclarecer suas finanças pessoais, fazer uma relação de todas as dívidas, todos os valores que entram e saem todos os meses, pretensões futuras. “Feito isso você vai começar a se organizar, pagando primeiro a dívida seguindo a sequência da maior para a menor. Depois organizar os valores fixos que entram e saem, para assim, começar a investir para pretensões futuras, como trocar de carro, casa e etc”, explica.
A pesquisa mencionada no início da reportagem também mediu o crescimento do Pix como forma de pagamento durante a covid-19. Cerca de 67% da população aderiu o uso da plataforma para pagamento devido a sua acessibilidade. Antes desse quadro pandêmico, 56% preferiam usar o dinheiro vivo.
“O Brasil é exemplo no mundo quando o assunto é transações bancárias, é um dos primeiros a utilizar o pix e está há anos luz comparado a países de primeiro mundo nesse quesito”, diz Pabliny. A segurança da transação digital também contribui para o aumento da utilização desse recurso, diminuindo o uso do dinheiro em espécie.