Doença que afeta mulheres e muitas vezes não sabem como identificá-la.
Nycole de Souza
Março é o mês de conscientização da endometriose, doença que afeta 10% das mulheres. Essa enfermidade está conectada com parte do endométrio, um tecido que reveste o útero e causa uma reação inflamatória no órgão.
A endometriose é multifatorial e pode ser causada de várias formas. Segundo o coordenador de ginecologia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Mauricio Abrão, em entrevista para a CNN, há seis formas para identificar os principais sintomas da endometriose. “Dor da menstruação, dor na relação sexual, dor entre as menstruações, dor para evacuar e para urinar na menstruação e dificuldade para engravidar”, afirma.
Os métodos de tratamento mais utilizados para a endometriose são medicamentos ou em casos mais graves uma cirurgia para a retirada dos óvulos. A decisão de qual caminho seguir deve vir após a opinião de um médico especialista na área, que recomendará a melhor forma de tratamento para cada mulher.
Idália Alves tem endometriose e falou como foi sua reação ao descobrir que possuía essa doença. “A endometriose não tem cura, mas os médicos passaram anticoncepcional para suspender a menstruação e assim a doença não aumentar”, afirma. Ela ainda ressalta que quando os ciclos menstruais são constantes pode haver o aumento da doença na mulher.
Ela descobriu aos 21 anos quando estava tentando engravidar, porém, o médico que a examinou disse que provavelmente ela teria desde os 15 anos que foi quando ela começou a sentir cólicas e dores muito fortes. A paciente conta que foi primeiro em um ginecologista, depois foi encaminhada para um médico especialista em reprodução humana e apenas lá que descobriu sobre a doença. Quando precisou fazer uma cirurgia para a retirada de um cisto e fazer uma biópsia foi constatado realmente a doença.
O sonho de muitas mulheres é poder ter filhos e não era diferente com ela. Ao descobrir que a probabilidade de ter filhos era pequena, teria que fazer uma videolaparoscopia para a retirada das aderências da endometriose dos ovários e as chances de ter um filho era de até 20% de chance. Depois de alguns anos com mudanças de hábitos como alimentação para não retroceder a doença, conseguiu engravidar e hoje tem dois filhos, um menino com 8 e uma menina com 3 anos.
Rose Orling descobriu a doença já na gestação. A hipótese foi levantada pelo ginecologista, e foi confirmada ao fazer a cesárea. “Foi uma gestação difícil, com muitas dores abdominais, deslocamento de placenta até o 4º e contrações a partir do 5º mês e após a cesárea foi recomendado o uso contínuo de anticoncepcional, o que me deu uma melhora de vida incrível, sem menstruação, sem cólicas e praticamente sem TPM”, disse.
Segundo a médica que a examinou, em casos como o dela o ideal seria deixar de menstruar e depois continuar com o uso do anticoncepcional. Isso ocorreria de 1 a 3 vezes por ano no máximo. O único desconforto que Rose sentiu desde então foi uma sensação de queimação na região abdominal, onde se encontram os órgãos envolvidos com a endometriose.