Meditação diária impulsiona desempenho acadêmico de crianças do Ensino Fundamental

O método mindfulness aumenta o rendimento escolar dos alunos da rede pública do Distrito Federal, além de reduzir níveis de estresse e violência.

Ana Júlia Alem

Educadores afirmam que o programa “Plena Atenção na Escola” (PAE) promove, por meio da meditação, diversos benefícios para as crianças de 6 a 12 anos, como a melhora no rendimento escolar, aumento da concentração, autorregulação emocional e redução de ansiedade e estresse. Utilizando aulas e atividades lúdicas como ferramenta de ensino, o programa conquistou espaço na rede pública e alcançou diversas escolas particulares do DF. 

“O programa PAE foi idealizado e realizado pela Sociedade Vipassana de Meditação (SVM) em 2016. Seu principal objetivo é levar a prática da plena atenção para a vida dos educadores e alunos, sempre buscando alcançar a paz interior e o bem-estar”, esclarece Ana Cláudia Messias, coordenadora e instrutora do PAE. 

De acordo com a coordenadora do projeto, a prática da meditação torna o ambiente escolar mais pacífico, colaborativo e confortável, facilitando o processo de aprendizagem. Ou seja, além de melhorar o nível acadêmico dos alunos, auxilia também o corpo docente, que precisa receber essa atenção dos alunos para que possa transmitir o conteúdo da melhor maneira.

Plena Atenção na Escola 

O projeto tem como referência outros métodos reconhecidos internacionalmente, como o “Mindfulness Matters para crianças e adolescentes”, da Holanda. O método brasileiro, porém, foi reestruturado para se adequar à realidade dos profissionais brasileiros da área da educação. Desta forma, foi elaborado o Manual “plena atenção” que, atualmente, é utilizado em diversas redes de ensino do Distrito Federal.

As aulas acontecem ao vivo, por meio do Zoom. O programa conta com palestras, textos de apoio, monitoria e materiais didáticos que são disponibilizados na plataforma on-line, Google Classroom. Além disso, há um grupo de WhatsApp onde são compartilhadas experiências, dicas de como aplicar a técnica e também, indicações de livros e jogos que auxiliem. 

A Formação de Condutores do Método PAE é estruturada em dois módulos decorridos em, aproximadamente, quatro meses. No módulo A, o professor fortalece o cuidado e compaixão consigo mesmo. Já durante o módulo B, ele aprende a compartilhar o método com seus alunos. 

“Além disso, neste módulo, o participante tem a oportunidade de planejar a aplicação do método em sala de aula. Dessa forma, o conhecimento aprendido é testado e o educador vivencia o programa na visão do condutor”, finaliza a coordenadora.

Na visão do educador 

A professora do Ensino Fundamental, Fernanda Dornelles, da Escola Branca de Neve, localizada em Jacareí, SP, afirma que achou o projeto interessante. “Ainda mais com crianças do Ensino Fundamental. É nessa fase que elas estão muito afoitas e só querem saber de brincar”, comenta.

“Com o raso conhecimento que tenho sobre esse tema, acredito que a prática diária do método pode, sim, proporcionar muitas coisas boas aos alunos. Não conhecia o programa antes, mas agora que conheço, planejo me matricular para saber mais sobre essa técnica que aparenta ter grande potencial”, conclui Fernanda.

A prática contínua dos educadores

O PAE possui, também, a Comunidade de Educadores Atentos, que oferece encontros para estimular a participação contínua dos educadores que se formaram na graduação. É um programa focado em quem concluiu o curso, mas pode ser frequentado por pessoas que ainda estão cursando ou pretendem cursar.

O projeto tem como objetivo melhorar a qualidade de vida, reduzir o estresse, cultivar o equilíbrio emocional e a felicidade dos educadores formados. Os encontros são voltados para o autocuidado dos educadores, onde eles são incentivados a praticar consigo mesmos, o que eles tanto ensinam, a “Plena Atenção”. 

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