Metade dos brasileiros passou a realizar consultas médicas pela internet

Procura se intensificou durante a pandemia da covid-19, como parte de medidas restritivas para evitar aglomerações.

Alejandro Silva

A telemedicina, modo pelo qual as pessoas realizam consultas on-line, obteve um aumento de mais de 50% no número de usuários em 2021. Esses dados são comprovados pela pesquisa divulgada no dia 5 de abril pelo Centro Regional de Estudos para Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic).

O levantamento foi dividido em cinco classes. A classe A e B, identificada como as pessoas que apresentam maior renda, representou 42% de todas as pessoas que realizaram consultas on-line. A classe C registrou 22%, enquanto a classe D atingiu 20%.

Consulta on-line? 

Com o advento da internet e os meios de comunicação, surgiu a telemedicina, para mostrar que nem todo exame precisa ser realizado na sala do médico, ou seja, presencialmente. 

Contudo, o paciente precisa saber em que se enquadra a consulta on-line. “Vão desde uma orientação sobre o que fazer em qualquer caso de queixa ou sintoma, até o acompanhamento de algum caso ou doença de qualquer pessoa. Existem regras éticas e legais para o atendimento médico à distância em todos os casos”, informa a Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde (ABTms)

Readaptação

Ao chegar à Pandemia da Covid-19, muitos profissionais da saúde tiveram que adaptar o modo de atendimento, passando do presencial para o remoto. Esse foi o caso da Psicóloga Tais Lopes, que em entrevista contou um pouco da sua experiência. “Quando a pandemia estourou, tinham pacientes que estavam no tratamento terapêutico, e a gente não podia se encontrar mais. Naquele momento não tinha como realizar consultas on-line. Então tive que me estruturar e buscar recursos para manter os processos”, disse a psicóloga. 

Lockdown e a necessidade em ser atendido

O lockdown, que consiste em restringir o circulamento de pessoas em lugares públicos, foi o principal fator que favoreceu o crescimento da telemedicina. A biomédica e corretora de imóveis Tifanny Aquino, relata que na época do lockdown não tinha opção para realizar as consultas, e por isso optou pelo atendimento on-line. No entanto, ela faz uma avaliação da experiência. “Achei difícil, pois a distância tive a impressão que o médico não conseguia entender. Parece que pessoalmente a comunicação fica melhor”, declara a empresária.

Regulamentação da telemedicina   

A Câmara dos Deputados aprovou na última quarta (27) a (PL 1998/20), que autoriza a regulamentação da telemedicina em todo território nacional. O projeto é de autoria da deputada Adriana Ventura (Novo-SP) e outros 14 deputados. O texto revoga a Lei 13989/20, que permitiu a prática da telessaúde durante a pandemia. 

Com base em uma pesquisa realizada pelo Capterra em 2021, 54% das pessoas entrevistadas, preferem o atendimento usando telemedicina. O levantamento ainda revela que, dessas pessoas entrevistadas, 72% preferem o atendimento por ter a facilidade de ser realizado em qualquer lugar, 71% por menor risco de contaminação em hospitais ou consultórios, 64% menor tempo de espera, 63% por possibilidade de acesso rápido ao tratamento e, 24% melhor qualidade do tratamento.

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