Comemorado no dia 19 de junho, o MIS tem programação realizada juntamente com a UFMS para celebrar a data
Ester Leite
A Fundação de Cultura, juntamente com o Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS), realizou uma semana de eventos no formato on-line. Foram apresentados diversos produtos, entre eles vídeos, debates e atividades para interação do público.
Além disso, foi exibido no dia (18), o filme clássico Limite, de 1932, considerado pela Associação de Críticos de Cinema (Abraccine), o melhor filme já desenvolvido no Brasil. Logo após esse, na página do Facebook da Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul, aconteceu uma live com o Prof. Dr. Rubens Machado da USP e outros discursadores.
Segundo o cinegrafista independente Yuri Bareti o diferencial do cinema está na sua coletividade. Todas as áreas estão conectadas e precisam estar alinhadas com o devido preparo. Cada função tem sua relevância e nenhuma é superior à outra, já que todas dependem do coletivo. “Possuir uma câmera de alta qualidade não garante um bom produto final se as questões de produção não estiverem bem alinhadas”, exemplifica.
Tendo em vista a comemoração do cinema brasileiro, ele acredita que não deve ser associado apenas ao entretenimento. Assim, o investimento em filmes não será confundido com luxo, mas “como uma questão de sobrevivência e evolução da sociedade”. Priorizar a cultura antes do entretenimento é dever do artista.
Yuri explica que “a arte é como forma de comunicação e expressão dos sentimentos”. Segundo o cinegrafista, a arte instrui e é o que se tem de melhor para ensinar da realidade, algo que o povo brasileiro conhece muito bem. Yuri acrescenta: “Considero o Brasil um país promissor no cinema, já que como sociedade temos muito o que dizer, e culturalmente muito o que acrescentar”.
Pelo senso crítico ser confundido com insatisfação e a cultura com recreação, alguns críticos apontam que tanto o cinema como outras artes não recebem o apoio devido do governo brasileiro e da população. Já Bareti acredita que o povo conquistará seu espaço e dará o suporte que o cinema nacional precisa como expressão cultural. Seu sonho para o cinema brasileiro é que deixe de ser apenas um sonho. Ele comenta que “o cinema brasilero não é pra poucos, é para todos”.
Thamires Hermínio, amante da arte cinematográfica, opina que depois dos livros, o cinema foi o que mais a ensinou sobre culturas, lugares e pessoas. Para ela, o cinema significa lazer, cultura e política. Thamires confessa que já teve preconceito com produções nacionais. Mas agora ela consome e recomenda o cinema nacional. “Tenho muito orgulho de dizer que o nosso cinema é genial”, celebra.
Ela acrescenta que “o cinema é arte, e isso é fundamental para entender a multiplicidade da alma, desenvolver o autoconhecimento, crescimento e até a paixão”. Além do entretenimento, Thamires afirma que “o cinema é sobre o social, o que é ou não aceito, o já observado e aquilo que não se tem proximidade”. Ela conclui: “É sobre sentir”.