Na assembleia geral da ONU, Bolsonaro esconde dados sobre queimadas na Amazônia

O Ministério do Meio Ambiente bloqueou R$60 milhões de reais do ICMBio e IBAMA para 2021.

André Felippe Teodosio

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discursou em Nova Iorque, 21, em uma assembleia da ONU, sobre as investidas no ecossistema no Brasil e o combate contra as ilegalidades como a grilagem (prática de invadir áreas públicas e fraudar documentos para simular a posse do terreno). Além disso, ele também falou sobre o desmatamento de terras indígenas e avanço das chamas, algo contrário ao que o governo prega.

Ao comentar sobre o meio ambiente, Bolsonaro afirmou que os recursos para o clima social tiveram o dobro de investimento para fortalecer a luta contra os ataques sofridos na Amazônia e no cerrado brasileiro.

Porém, o governo emitiu uma nota dizendo que o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, cortou verbas de 60 milhões de reais. Esse corte afetou o IBAMA, órgão que tem como objetivo proteger a flora e fauna brasileira, e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio, controlador das queimadas no país.

Em meio a esse caos o fogo continua se alastrando principalmente na região centro-oeste. De acordo com pesquisas recentes, o país nota um avanço maior nas queimadas a cada dia. O Instituto Nacional De Pesquisas Espaciais, o INPE, informa diariamente as anotações sobre o meio ambiente,  registrando um aumento nos maiores biomas brasileiros.

Amazônia

O INPE continua catalogando inúmeros focos de queimadas na floresta amazônica durante o ano. Diante deste contexto, o presidente disse  que o aumento é culpa dos povos indígenas e caboclos da região. Porém, de acordo com a indigena manauara Samela Sateré, os aborígenes, na verdade, lutam contra as queimadas e desmatamento. “Os incêndios são criminosos, pela grilagem de terra e exploração de madeira e garimpo”, afirma. No mês de setembro, o ICMBio registrou o crescimento de 40.2% nos focos de incêndios na Amazônia.

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