O papel da segurança na prática de esportes radicais

Thamiris Senis

Se você está pensando em fazer uma aventura como pular de paraquedas ou parapente, precisa saber que a adrenalina é boa, mas a segurança vem em primeiro lugar

 

Na última segunda-feira, 26, o empresário húngaro Thomas Antallfy, de 54 anos, sofreu um sério acidente durante um voo de parapente no pico Ibituruna, no interior de Minas Gerais. Ele não consegue se lembrar muito bem do que ocorreu durante o voo, mas lembra de ter batido em um paredão antes de cair. A partir daí, só foi acordar 14 horas depois, às 6 da manhã do dia seguinte, no meio do mato, ainda sem saber que tinha diversas fraturas pelo corpo – no crânio e em duas vértebras, inclusive. Até onde se sabe, o empresário não calculou corretamente a direção do voo e não levou em consideração a velocidade do vento.

Kaique Mendes é instrutor de esportes radicais e explica que deve se tomar um cuidado dobrado com saltos de parapente e paraquedas. “Quando você vai praticar um desses dois esportes precisa estar rodeado de pessoas para que caso ocorra algum acidente, você tenha a quem recorrer”, frisa. Ele ainda continua dizendo que por causa da adrenalina as pessoas acabam se esquecendo do essencial que é a segurança.

“Eu sou amante de adrenalina”, admite Jeferson de Paula que já pulou de paraquedas. “O que me fez querer pular de para quedas foi ver vídeos de quem já pulou, e parecia ser algo único, que não encontraria algo parecido se não fosse realmente pular de paraquedas”, conta. Ele também explica que recebeu muita instrução antes de realizar o salto, o corpo precisa estar bem preparado para um salto livre de um minuto que pode chegar a 200 km por hora. “Teve uma preparação de pular que levou uns 30 minutos, eram várias dicas e de como tínhamos que pular, como deve ser a respiração e de como o corpo tem que ficar na hora do salto”, explica.

O segurança do trabalho, Clovis Almeida, ensina que para qualquer esporte radical a pessoa precisa passar por um treinamento, com cargas horárias definidas em níveis, ou seja, a instrução precisa ter uma duração específica para cada esporte. “O correto é que o treinamento tenha a parte pratica e teórica com exercícios simulados”, destaca.

Clovis ainda atenta para o fato de que os instrutores também precisam ter o melhor treinamento, pois precisam estar bem preparados para eventualidades. “Os instrutores passam por treinamentos avançados”, diz. O instrutor Kaique confirma, e também explica que a calma em momentos como este faz toda a diferença. “Todos os instrutores precisam passar por diversos treinamentos, que vão do básico até primeiros socorros avançados”, complementa o instrutor.

Outro ponto importante para a segurança dos esportes radicais é a troca e vistorias dos equipamentos. “No caso do paraquedismo os equipamentos são rigorosamente vistoriados para não haver falhas”, garante Almeida. E a troca de equipamentos é condicionada ao controle em livro histórico. Quando o material apresenta algum desgaste deve ser substituído imediatamente.

 

Link da imagem: https://goo.gl/fmeOMU

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