Após flexibilização de medidas restritivas da Covid-19, lojistas apostam no aumento das vendas em comparação à mesma época do ano passado.
Alejandro Silva
Após a flexibilização da pandemia da Covid-19 em vários estados do país, lojistas de docerias esperam um aumento nas vendas deste ano para a páscoa. Segundo a pesquisa Consumo Equilibrado, o mercado de doces no Brasil chega a faturar 12 bilhões de reais a cada ano.
Durante a pandemia o consumo de doces teve uma alta de 6%, de acordo com uma pesquisa realizada recentemente pela Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz ) em parceria com a UFMG e a Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ). O estudo aponta que 63% da população jovem (18 a 29 anos) consome chocolates e doces por dois ou mais dias na semana.
A dona da Geórgia Doceria, que há cerca de sete anos trabalha com doces no município de Garanhuns, em Pernambuco, Georgia Julia, está em preparação para a data comemorativa. “Já estamos em clima de preparação, temos novidades para essa páscoa, o ovo na colher. Por isso, esperamos um movimento maior”, afirmou a empresária.
Com a alta da inflação, especialistas afirmam que os ovos de páscoa estarão mais caros este ano. Por exemplo, um ovo de 332g Nestlé está custando R$ 59,99. Segundo o presidente da Abicap, isso se deve à alta complexidade na produção dos custos de embalagens, armazenamento e logística, fazendo com que o preço final fique mais caro para o consumidor. Para ter um resultado melhor e vencer a inflação, os comerciantes de docerias estão se adequando a essa realidade, investindo em delivery e melhorando a oferta do produto.
Camila Rodrigues, dona da Mila Doces Gourmet, aposta na qualidade do produto. ‘Apostar na qualidade do produto e deixar ele ainda melhor. Para que, assim na hora do pagamento o cliente não reclame do preço.”
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicap), para atender à demanda do período da Páscoa de 2022, a indústria de chocolates calcula que foram criados 8,5 mil postos de trabalho temporários no Brasil. A ocasião não é apenas esperada para o consumo, mas é também muito aguardada por parte da população que está em busca de oportunidades de emprego, uma vez que o setor tem a capacidade de gerar vagas de trabalho e negócios temporários
As preparações para a data comemorativa são feitas com antecedência para atender o varejo brasileiro da melhor forma possível. Para a Páscoa de 2022, que acontece daqui a 5 semanas, as contratações tiveram início no segundo semestre de 2021.
Este aumento no emprego se deve a alta na produção de chocolate no terceiro trimestre de 2021. “O aumento da produção já havia sido expressivo nos últimos dois primeiros trimestres e tínhamos a expectativa dos resultados continuarem evoluindo. Com a produção de chocolate , até o terceiro trimestre de 2021, já atingindo a marca de 511 mil toneladas, a perspectiva é que o setor feche esse ciclo com um resultado bem relevante para o segmento”, diz Ubiracy Fonseca, presidente da Abicab.