Pílulas anticoncepcionais ajudam a amenizar os sintomas da TPM

Além de evitar a gravidez, o medicamento pode diminuir acne

Maria Teófilo

A pílula anticoncepcional vai além da questão do controle de natalidade. Seu uso clínico também é eficaz para o excesso de oleosidade na pele, no alívio de alguns sintomas da Tensão Pré-Menstrual (TPM), e até mesmo no tratamento de alguns casos da Síndrome do Ovário Policístico (SOP). Criada em 1957, a pílula foi disfarçadamente usada apenas para amenizar os distúrbios menstruais no mercado norte-americano, já que era proibida a venda de métodos contraceptivos.

“Em relação ao alívio dos sintomas da TPM, podemos destacar o uso de certas substâncias, como o hormônio desogestrel (em posologia diferenciada) para impedir a formação do endométrio. Consequentemente, não ocorrerá a menstruação, já que não acontecerá o processo de descamação endometrial intrauterina”, explica o farmacêutico Jean Jackson Marinho. De acordo com ele, outra substância utilizada atualmente é a Ciproterona. Ela é indicada especialmente para pacientes com SOP. O farmacêutico também reforça que vários hormônios podem ser empregados na produção das pílulas, inclusive os que já foram citados acima. No entanto, para que as substâncias sejam absorvidas, bactérias devem estar presentes no trato gastrointestinal. Por isso, Jean ressalta que, quando a mulher faz uso de algum tipo de antibiótico, vale a pena utilizar outro método contraceptivo de barreira, como a camisinha.  “Infelizmente, os antibióticos matam também as boas bactérias”, lembra. A pílula é muito procurada, e tem valores acessíveis: custa, no mínimo, R$ 5,00.

Curiosidades sobre a pílula

Há pessoas que acreditam que o uso contínuo causa infertilidade, mas a ginecologista Martha Cotta, da Clínica de Ginecologia-Obstetricia em Juiz de Fora (MG), afirma que isso é uma informação incorreta. “[A pílula] serve não só para prevenção da gravidez, como também para controlar o ciclo. E, fique tranquila: não leva à infertilidade! É saber apenas escolher o contraceptivo certo para cada paciente”, reforça a médica.  Ela também lembra que a pílula é excelente para o tratamento dos ovários micro policísticos, que levam à acne.

Efeitos Colaterais

Como qualquer outro medicamento, a pílula também tem efeitos adversos, como dores de cabeça, alteração no fluxo menstrual, diminuição da libido e outros mais graves, como o desenvolvimento de câncer de mama e trombose. Tendo em vista todos esses efeitos colaterais, foram inventados outros métodos com doses hormonais significativamente mais baixas para substituição da mesma. Também surgiram minipílulas de progesterona, a pílula do dia seguinte e outros modelos contraceptivos. Além disso, em 2016, uma pesquisa da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, concluiu que anticoncepcionais podem causar depressão.

Uso da pílula

Muitas mulheres começam a fazer uso das pílulas ainda na adolescência devido aos benefícios citados anteriormente. Nesta fase, os ciclos podem ser irregulares, e a medicação pode ajudar a normalizá-los. No entanto, o uso correto e contínuo do remédio é essencial. Alessandra Cecília é dona de casa, e não tomava a pílula nem para regular a menstruação. No entanto, decidiu testar a medicação por se preocupar com sua saúde ginecológica. “Percebi que a pílula me ajudou muito, mexeu com meus hormônios, porque desde então acabaram meus problemas. Regularizou meu ciclo, me dei muito bem. Não sei mais o que é cólica”, celebra. A prescrição da pílula para amenizar os sintomas da TPM deve ser feita por um médico ginecologista.

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