Valor do gás de cozinha sobe em 23,2% de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Milla Katherinne
O gás de cozinha entrou para a lista de reajustes de preços do Brasil. Em apenas 1 ano, o preço do botijão de gás recebeu um aumento de 23,2%. De acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a renda familiar do brasileiro foi afetada em até 7%, causando um impacto significativo na população.
O preço da inflação mundial influencia nos valores praticados no Brasil. Além da crise econômica enfrentada pelo país, a guerra entre Rússia e Ucrânia aumenta o impacto na precificação. Deste modo, os bens de consumo, como produtos alimentícios, ficam cada vez mais caros.
A economista Ana Alves aponta razões para o reajuste que vão além das questões políticas, como as eleições e a guerra entre Rússia e Ucrânia. De acordo com ela, os fatores climáticos também têm influência significativa na alta dos preços, bem como problemas na produção dos produtos.
A cada reajuste dos preços no país, milhões de brasileiros são afetados e procuram saídas para diminuir o impacto dos altos preços. Tal cenário se complementa com o endividamento e desemprego da população.
O gás de cozinha tem sido o principal meio que a população utiliza para cozinhar, outras alternativas não vinham sendo discutidas até agora. A empregada doméstica Marilene da Silva conta como o reajuste impacta seu dia a dia. “Não substitui completamente (o uso do gás de cozinha), utilizo algumas vezes panelas elétricas, mas não é a mesma coisa. Conheço pessoas próximas que utilizam fogão a lenha”, relata.
A inflação atinge todos os produtos e serviços e muitos empreendedores podem vir a ter prejuízos caso não repassem os valores dos reajustes ao consumidor. Para a economista Ana Alves, o repasse é inevitável, mas os empreendedores podem utilizar estratégias comerciais como promoções.
Olivério Araújo, dono de um grande restaurante na Bahia, relata que foi possível perceber a dificuldade que os profissionais da área têm passado diante dos reajustes, que vão desde a matéria prima a ser utilizada até o produto final. “ Por enquanto optamos por reduzir mais um pouco a margem de lucro, que já não é mais o que tínhamos antes da pandemia. Mas com os aumentos frequentes, não sabemos até quando conseguiremos manter os valores atuais”, afirma o comerciante.
A economista Ana Alves ainda fala de outros hábitos que podem ajudar o brasileiro neste momento. Utilizar a panela de pressão, sempre que possível, cozinhar com as panelas tampadas e manter as bocas do fogão sempre limpas são práticas que contribuem na redução dos custos pessoais.