Até o momento, o grupo é acusado de provocar a morte de duas vítimas.
Lucas Pazzaglini
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realizou a prisão de uma quadrilha, acusada de incentivar o autoextermínio através de redes sociais, no dia 29 de setembro. Foram expedidos mandados de prisão nos estados de Goiânia, São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo a polícia, todos os 4 suspeitos foram detidos. As investigações contra o grupo começaram após duas jovens em Brasilia cometerem suicídio da mesma maneira.
O grupo criminoso teve como vítima mais recente uma jovem de 22 anos que, por influência, tirou sua vida no dia 30 de março deste ano. A moça, que trabalhava em um escritório de advocacia, seguiu as orientações do grupo, e faleceu. Uma amiga da vítima morreu da mesma forma no mês de fevereiro. A polícia tomou conhecimento do grupo “após a chegada do laudo pericial dos computadores e do aparelho celular apreendido na residência da primeira vítima”, disse o delegado em entrevista ao G1.
De acordo com as apurações realizadas pela polícia, os criminosos atendiam as vítimas, diziam entendê-las e depois as incentivavam a cometer o autoextermínio. A mãe da jovem de 22 anos, Viviane Argentino, pede a punição dos delinquentes. “Eles precisam ser punidos. Eu sei que minha filha tinha depressão, mas eles a induziram, e incentivaram essa morte. Aproveitaram de uma pessoa fragilizada, a troco de nada”, pontuou em entrevista ao Correio Braziliense. Quem cuida do caso é a 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), que segue as investigações para reconhecer outras vítimas da quadrilha.
Prevenção e cuidados
A psicóloga, Marcelle Monteiro Alves, fala sobre algumas atitudes que podem indicar pensamentos suicidas: “pessoas com falas de desvalor, desesperança, que nunca encontram soluções para os problemas, são pessoas que precisamos ficar em alerta”. Além disso, ela ressalta que é importante oferecer o espaço pessoal, mas que não podemos ter atitudes passivas diante de atitudes nocivas, nesse caso, a tentativa de suicídio.
“É importante conversar sobre esse assunto e cultivar ambientes confortáveis para que as pessoas se sintam confiantes para falar dos seus problemas e sentimentos” pontua Marcelle.
Existem canais públicos de atendimento para pessoas em situação de risco, como o Centro de Valorização da Vida, que atende de forma gratuita e 24 horas. Para entrar em contato basta ligar para o número 188, ou então pelo site.