Asma, rinite alérgica, bronquite alérgica e sinusite estão entre os principais sintomas alérgicos.
Alejandro Silva
No período do outono, o número de casos de alergias respiratórias no país tende a crescer, com a temperatura mais amena e pouco volume de chuva, deixando o tempo frio e o ar mais seco. No Brasil, esta estação sempre começa entre os dias 20 e 21 de março, ou seja quando termina o verão, e se encerra entre os dias 20 e 21 de junho, quando tem início o inverno. O outono começou no último dia 20 de março às 12h33 e termina no dia 21 de junho de 2022.
Segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial ABORL-CCF, no período de outono as pessoas tendem a ficar mais sensíveis ao tempo. “Nosso sistema respiratório funciona melhor no ambiente limpo, úmido e quente. No outono, ele tende a ficar mais poluído, seco e frio. Assim, ficamos mais sensíveis ao tempo. Além das rinites e resfriados, também é comum nesse período temos um aumento nos casos de rinossinusite, asma e pneumonias”, declara o órgão.
O outono traz consigo uma mudança brusca de temperatura, com o clima frio e seco que podem atuar como fatores irritantes de mucosa nasal, exacerbando doenças respiratórias como rinite alérgica e asma.
A Dra. Isadora Oliveira, Alergista e Imunologista, explica os sintomas de cada alergia. “Em relação a rinite, o paciente pode apresentar piora da obstrução nasal, espirros, coriza e prurido (coceira), podendo também evoluir com sintomas oculares associados, como prurido, vermelhidão e lacrimejamento. Já a asma pode se apresentar como tosse seca, falta de ar, opressão torácica e chiado no peito, prejudicando as atividades de vida diárias e inclusive podendo atrapalhar o sono. Nesses casos o ideal é ser avaliado por um especialista, que irá instituir o tratamento ideal para cada paciente”, declara.
São várias as situações que podem causar alergia além da mudança no tempo. De acordo com a Dra. Maria Cândida Rizzo, Coordenadora do Departamento Científico de Rinite da ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, a poeira, locais sem circulação de ar, favorecem as pessoas a terem sintomas alérgicos.
“No outono e inverno existe uma maior proliferação de ácaros na poeira domiciliar, além de uma natural mudança nos hábitos dos indivíduos no sentido de se manterem mais dentro dos ambientes fechados. Temos também um aumento na circulação de vírus respiratórios, que aumenta ainda mais a possibilidade de sintomas com rinite alérgica, especialmente os que não estejam controlados”, enfatiza.
Ainda segundo a Dra. Maria Candida, os cuidados são essenciais para quem deseja ter um controle dos seus sintomas. “O indivíduo que tem asma e ou rinite deve manter o máximo possível de controle nos sintomas, e assim controlará o processo inflamatório crônico que permeia os quadros alérgicos”, ressalta.
Ela ainda acrescenta que “o controle dos quadros respiratórios se faz concomitantemente por medidas não farmacológicas, farmacológicas e imunoterapia específicas, dependendo da gravidade do quadro”, explica. Sobre as medidas não farmacológicas, ela relembra os cuidados nos ambientes internos dos domicílios que devem ser arejados, claros, ensolarados, com pisos frios, superfícies livres de objetos e colchões e travesseiros encapados com revestimento com poros inferiores ao tamanho dos ácaros.
Quanto às medidas farmacológicas, a doutora lembra que o paciente deve seguir as orientações do médico que o assiste, quanto ao uso de medicamentos, para que possa atingir o controle. A imunoterapia específica é indicada para pacientes alérgicos a elementos proteicos , contra os quais se tem extratos vacinais.