Pequenos animais que apareceram na região após obras do alargamento da faixa de areia foram responsáveis por atrair o predador.
Helena Cardoso
Tubarões foram vistos na Praia Central de Balneário Camboriú após o início das obras de alargamento da faixa de areia no mês de agosto. Até 24 de outubro, o Museu Oceanográfico da Univali contou 23 tubarões.
O aparecimento desses animais se dá devido ao uso de dragas que reviram a areia do fundo do mar, trazendo para a superfície pequenos crustáceos. Esses crustáceos atraem peixes, que por sua vez atraem os tubarões.
O biólogo, Nelson Júnior, diz que não há motivo para preocupação, visto que o ser humano não é o foco de sua alimentação. Ele frisa ainda que acidentes podem acontecer, mas é pouco provável com as espécies de tubarões que são encontradas no litoral catarinense. “Apesar de ser um animal agressivo, não há relatos de tubarões com esse instinto no Brasil”.
O geógrafo, Silvester da Silva, afirma que o alargamento da faixa de areia foi uma medida correta por parte do governo de Santa Catarina. Para ele, o projeto trará mais qualidade de vida para a população e auxiliará o turismo.
Silva diz também que o impacto ambiental negativo nas praias de Balneário Camboriú vem acontecendo desde a construção de prédios próximos à orla da praia. Conta ainda que para essa obra trazer a preservação necessária, as imobiliárias não podem “tentar invadir as áreas desse alargamento para fazer terrenos como fizeram”.
Júnior concorda que o aumento da faixa de areia trará preservação. “A ampliação é uma forma de preservar, porque se não tinha mais praia, não tem o que preservar.” Sobre o impacto ambiental causado pelos tubarões, Júnior acredita ser positivo. Ele explica que, ao revirarem a areia, outro tipo de fauna acabou surgindo, trazendo melhorias para a população animal local.
“Talvez muita gente pense, hoje, que o fato desses tubarões terem vindo até a costa foi por algo que prejudicou o ambiente de alguma forma, mas tubarão sempre existiu na costa catarinense”, explica Júnior. O biólogo reforça que o aparecimento desses animais é algo natural, sendo previsto por alguns geógrafos que analisaram os relatórios de impacto ambiental da obra.