O Dia Internacional do Trabalhador é celebrado em 1° de maio. Entretanto, o Brasil contabiliza cerca de 12 milhões de desempregados.
Giovanni Manzolli
Em 1° de maio comemora-se o Dia Internacional do Trabalhador. A data marca a conquista de direitos trabalhistas muito básicos, sendo o maior deles a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias de expediente.
Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no mês de março, a taxa de desemprego no nosso país ficou em 11,2% no trimestre de dezembro a fevereiro deste ano. Isso significa que 12 milhões de pessoas estão desempregadas. Os números foram apurados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
Leonardo Fernandes se formou em Licenciatura em História no ano de 2020. Desde então ele vem procurando uma vaga de emprego, mas conta que agradar aos empregadores não é tarefa fácil. “Há uma exigência curricular muito grande por parte das empresas. Fica complicado você se candidatar a uma vaga. Mesmo que você já tenha faculdade, hoje isso não quer dizer nada”, relata.
“Certamente os dois anos de pandemia contribuíram muito para este cenário de desemprego. Quando a gente fala de um período em que a atividade produtiva fica parada, há poucas empresas que têm fluxo de caixa suficiente para se sustentar. Isso faz com que as empresas que têm fluxo de caixa maior se beneficiem, porque a demanda se concentra nelas. Tudo isso fez com que as empresas menores reduzissem, ou fossem extintas ou diminuíssem o quadro de pessoal”, explica a economista Laura Pacheco.
Para Laura, a pandemia de Covid-19 acelerou o desenvolvimento da chamada 4° Revolução Industrial que se utiliza, principalmente da inteligência artificial. A dica da economista para quem está em busca de uma fonte de renda é “nadar na onda” da tecnologia. “A gente deveria pensar de uma forma mais estratégica quando pensa em trabalho e fazer um trabalho mais profissionalizado. Para aquela galera que está mandando currículo, é importante trazer sua diferenciação aprendendo a ter uma habilidade maior com tecnologia, com ferramentas de análise de dados”, explica.
Essa luta começou no século XIX em ambientes bastante precários. Desde a revolução industrial as demandas do mercado cresceram no mundo todo, fazendo com que os empregadores exigissem um desempenho produtivo muito grande de seus empregados, com jornadas de trabalho de cerca de 18 horas diárias. Em 1884, a Federação dos Trabalhadores dos Estados Unidos começou uma campanha com a seguinte exigência: 8 para o trabalho, 8 horas para a casa e 8 para o sono.
O dia 1° de maio ficou marcado na história devido a uma greve geral que ocorreu também em solo norte-americano, que reivindicava o direito a 8 horas de trabalho, apenas. Muitos trabalhadores começaram a organizar manifestações em todo o país. De início, os protestos tiveram caráter pacífico, até que no dia 4 de maio a violência se desencadeou principalmente marcada por um evento conhecido como a Revolta de Haymarket. No fim da revolta, um grupo de sindicalistas anarquistas foi executado pelo governo, ficando conhecidos como os Mártires de Chicago.
Em 1859 um congresso internacional que reuniu, em Paris, partidos trabalhistas, socialistas e anarquistas do mundo todo, prestou homenagens aos Mártires de Chicago. A partir daí foi estabelecido o 1° de maio como o Dia Internacional do Trabalhador.
A história do feriado celebra a conquista de direitos essenciais para as legislações trabalhistas em âmbito global e até a vida ceifada de pessoas que lutaram pela causa. Entretanto, no dia 1° de maio de 2022, muitos brasileiros vão passar o feriado sem um emprego.