Ambiente acadêmico desencadeia ansiedade em estudantes

Pressão nos estudos afeta diretamente a saúde psicológica das crianças, adolescentes e jovens no país.

Hellen de Freitas

A ansiedade tem se mostrado presente no ambiente acadêmico, no qual crianças, adolescentes e jovens de todo o país sofrem com a competição e pressão impostas pelos pais e educadores. De acordo com o Datafolha, 74% das crianças e adolescentes se sentem tristes, ansiosos ou irritados em relação aos estudos, a pesquisa foi realizada entre 7 e 15 de julho de 2020, época em que a pandemia ocasionou um aumento de problemas psicológicos na população, incluindo a ansiedade. 

No dia oito de abril um caso alarmante em Recife chamou a atenção dos brasileiros. Cerca de 26 crianças e adolescentes da Escola Estadual de Referência em Ensino Médio sofreram um surto coletivo de ansiedade com direito a taquicardia e crises de choro. Segundo Anny Kloss, psicóloga, o surto foi motivado pela volta das aulas presenciais após quase dois anos de estudo remoto, onde os hábitos e a rotina mudaram. 

‘’No caso dos estudantes de Recife vemos claramente o medo e frustrações tomando conta e sendo absorvido nos pensamentos desses adolescentes. Talvez não ir bem nas avaliações não fosse uma opção, por se tratar de uma escola de referência na região. Imagina a pressão?’’, declara a especialista.

Vivência com a ansiedade

O período de estudo em escolas e faculdades impõe responsabilidades que podem trazer um círculo cotidiano de estresse e desequilíbrio na vida pessoal e acadêmica. Luiza Silva, de 18 anos, estudante de Psicologia, relata as adversidades de uma vida com ansiedade.

A estudante fala sobre as dificuldades da passagem da escola para a universidade e como a ansiedade é um agravante da sua situação. “Senti muita diferença nessa transição do Ensino Médio para o Ensino Superior. Querendo ou não é uma fase da vida que vai exigir muito, muita força de vontade, muita paciência, sabedoria para escolher certo ou pelo menos tentar. E essa mudança afetou a minha saúde mental com a pressão e a cobrança excessiva de escolher logo a profissão desejada e aprovação no vestibular, me trazendo preocupações indesejadas e estresse”, relata.

Luiza conta que a patologia interfere na sua vida com uma certa frequência. Recentemente em uma prova que necessitava de um bom resultado, não conseguiu se concentrar e teve alguns sintomas como, tremores e falta de respiração que prejudicaram seu desempenho. 

Apesar de tomar medicamentos a três meses apenas, tem acompanhamento profissional desde 2018 e prega a necessidade de ir a consultas. “É de extrema importância, na minha opinião, um profissional na área da saúde não vai te curar 100%,  mas ele te ajuda a entender como esse problema funciona e métodos que podem amenizar tudo isso’’, explica. 

Como cuidar da ansiedade nos estudos

Para uma melhoria na saúde pública geral, alguns cuidados devem ser levados com extrema importância. A especialista Anny Kloss cita algumas dicas para lidar com a ansiedade.

 

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