O aumento de preço em restaurantes de pratos por quilo e o prato feito tem crescido entre 14% e 17%, fazendo com que os trabalhadores optem pela própria marmita.
Nycole de Souza
Segundo pesquisas, trabalhadores estão optando por fazer a própria marmita ao invés de ir a restaurantes todos os dias da semana. Empresas que fornecem vale-refeição não estão suprindo o valor para que os empregados consigam chegar ao final do mês almoçando no comércio local. Para eles, compensa mais fazer as compras do mês, e desses alimentos separar uma parcela para o horário do almoço em suas refeições diárias.
O aumento de preços nos pratos feitos, e em restaurantes de pratos por quilo, está entre 14% e 17%. Uma pesquisa feita pelo Jornal Nacional aponta que 65% dos brasileiros têm levado marmita para seu trabalho, o dobro em relação ao ano de 2019. Atualmente, para os funcionários é mais vantajoso economizar o valor dado para o auxílio refeição, que não tem durado por mais de 13 dias, e o usar por um ou dois dias por semana no máximo.
A inflação tem feito os donos de restaurantes aumentarem o valor das refeições, com isso dificultando o consumo diário nos mesmos. Além disso, o segredo de uma boa marmita para que se sinta bem e saciado é sempre temperar muito bem sua alimentação. Não repetir sempre os acompanhamentos e fazer porções que deem para congelar, assim a pessoa poderá fazer apenas uma vez na semana e economizar o tempo entre chegar do trabalho e poder descansar.
A economista Nayara Fernanda, de Rondônia, comentou que os primeiros a serem afetados são os consumidores. A inflação tem gerado o aumento de preços e impactado diretamente no bolso das famílias brasileiras. “Quando se refere a inflação, que é o aumento generalizado dos preços, é importante que nós olhemos por dentro da ótica sobre o que aconteceu e o que influenciou”, esclarece.
No Brasil os reflexos da inflação podem ser vistos por três óticas. O cenário pandêmico, a guerra no leste europeu entre Ucrânia e Rússia, e o clima desfavorável que tem causado uma grande perda de alguns dos alimentos e gerado um reflexo grande nas prateleiras. Infelizmente, a maior parte da população é formada por pessoas de baixa e média renda, com trabalhos formais e informais, e que precisam se deslocar para suprir suas demandas domésticas. O preço dos produtos influencia muito no resultado final do trabalhador, pois impacta diretamente no bolso dessas famílias.
Com esse cenário, a melhor opção é levar a marmita de casa, fazendo na janta e esquentando no horário de almoço. Para os donos de restaurantes, o aumento no supermercado não consegue manter a permanência do preço das marmitas, pois eles precisam fazer reajustes para manter o capital de giro e assim manter sua demanda.
“Uma dica que eu deixo para todos os trabalhadores é, vamos economizar, se existe a possibilidade de conseguir trazer sua marmita de casa para o trabalho, no final você terá uma boa economia, vamos aguardar a economia tomar um novo ponto de equilíbrio”, finaliza Fernanda.
Gabriel Fernando é editor da empresa M. Mais, agência de comunicação em Artur Nogueira e leva sua própria marmita todos os dias para seu trabalho. “Eu não recebo o auxílio refeição, trago por ser mais econômico”, explica. Ele comenta que em todos os lugares em que trabalhou sempre preferiu levar o seu almoço e economizar o vale usando em outras ocasiões.
A coordenadora do restaurante McDonald ‘s em Brasília-DF, relata o motivo de ter começado a levar marmita para seu trabalho.” A comida daqui não é muito boa e passei mal as vezes em que comi”, relembra. Ela comenta que compensa muito mais se recebesse o auxílio de sua empresa, pois ajudaria não só para levar uma comida com mais qualidade, sabendo o modo como foi feita e com mais higiene, como também ajudaria nas despesas alimentares de sua casa.