Câmera do árbitro estreia no Brasil e abre debate sobre impacto no futebol

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Tecnologia foi usada pela primeira vez em jogo do Paulistão Feminino e pode chegar ao masculino em 2026.

Amanda Talita

A câmera corporal de árbitro estreou no futebol brasileiro no último dia 12 de agosto. O equipamento é um recurso que ganhou repercussão no último Mundial de Clubes, realizado nos Estados Unidos. A novidade foi experimentada no jogo entre Corinthians e Ferroviária, referente à 6ª rodada do Paulistão Feminino, com a árbitra Jéssica Aparecida Milani utilizando o dispositivo durante os 90 minutos.

A Federação Paulista de Futebol (FPF) afirma que a tecnologia visa trazer o público para mais perto da perspectiva da arbitragem, aumentando a clareza em lances controversos e melhorando a transmissão na televisão. Em comunicado, a organização anunciou que planeja estender o recurso a outras competições estaduais, com o objetivo de incluir o Paulistão Masculino em 2026.

Debate no Brasil

A utilização da câmera provocou uma reação imediata entre jogadores e comentaristas. Fernanda Colombo, ex-árbitra assistente e comentarista da ESPN, afirmou que a tecnologia pode ser benéfica, mas requer cautela. “A câmera pode aproximar os torcedores e aumentar a credibilidade, mas não podemos esquecer que o árbitro precisa estar concentrado na partida. Qualquer elemento adicional precisa ser testado com cuidado”, afirmou.

Por outro lado, o ex-jogador e comentarista Walter Casagrande questionou a verdadeira finalidade da ferramenta. Durante sua participação no Seleção SporTV, ele declarou que, embora a inovação possa ser interessante, o mais importante ainda é a qualificação da arbitragem. “A transparência é fundamental, porém, antes disso, precisamos aprimorar a capacitação dos árbitros e a utilização do VAR. Isso, de fato, teria um impacto imediato”, argumentou.

Experiência internacional

A estreia no Brasil acompanha uma tendência observada em diferentes países. A tecnologia se tornou viral no Mundial de Clubes, realizado em julho, ao exibir imagens em primeira pessoa de lances de pênalti e interações com os jogadores, gerando um alto nível de engajamento nas mídias sociais.

Nos EUA, a Major League Soccer MLS começou a usar a câmera em algumas partidas e tem recebido feedback positivo do público, especialmente entre os torcedores mais jovens, que estão habituados a consumir conteúdo em primeira pessoa. Na Europa, a Premier League, da Inglaterra, e a Bundesliga, da Alemanha, estão considerando a implementação, porém ainda não existe uma regulamentação oficial.

Protagonismo do árbitro

O preparador físico Douglas Ramos, que acompanha o tema, avalia que o recurso pode aproximar o torcedor, mas alerta para os riscos de tornar o árbitro protagonista. “É interessante para quem assiste, mas o futebol é dos jogadores. O árbitro precisa de liberdade para trabalhar, sem a sensação de estar sendo constantemente fiscalizado”, afirmou.

No Brasil, o destino da câmera do árbitro ainda não foi definido. Embora entidades argumentam que a tecnologia pode aumentar a transparência e atratividade do espetáculo, atletas e especialistas pedem cautela para que a novidade não comprometa a essência do jogo.

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