O exame do sono é necessário para detectar problemas relacionados ao sono e diversas doenças.
Sara Helane
Um estudo realizado pelo G1 mostrou que mais de 12 mil pessoas esperam para fazer o exame do sono no Brasil. Segundo especialistas, a polissonografia contribui para detectar doenças relacionadas ao sono, como apneia do sono e bruxismo. No total, os centros especializados já somam 100, no país. Especialistas contam que o sono é muito amplo e a medicina do sono calcula que existem mais de 80 doenças relacionadas a isso.
A médica, Alice Mazutti explica que, além do exame detectar problemas relacionados ao sono, o procedimento verifica parâmetros respiratórios, motores, cerebrais e cardiológicos enquanto a pessoa dorme. Alice aponta que a polissonografia é necessária para encontrar diversas doenças. “Pode detectar apneia do sono, síndrome das pernas inquietas, bruxismo, insônia relacionada a problemas na arquitetura das fases do sono”, afirma.
Importância da polissonografia
Segundo a médica, o exame tem uma grande importância, pois é através dele que há o diagnóstico de doenças tratáveis melhorando a qualidade de vida do indivíduo. Alice ainda ressalta que dormir é fundamental, e ter uma boa qualidade de sono é mais importante do que se imagina. “O sono é um momento ativo de reparação cerebral, de consolidação de aprendizagem e de proteção cardiovascular”, completa.
Para saber se há necessidade de procurar o exame é necessários cumprir alguns critérios, como a indicação de um médico da área ou sintomas, como reclamações sobre o ronco, pressão alta durante a noite, acordar no meio da noite com câimbras, dificuldade de pegar no sono e mantê-lo, acordar do sono com a sensação de cansaço ainda, muita sonolência durante o dia, dentes com desgaste que quebram sonambulismo, ou algum outro distúrbio no sono.
A pneumologista e especialista em medicina do sono, Anelise Weingärtner, explica que, para um paciente que tem insônia, através do exame pode ser identificado onde ela se origina. O procedimento identifica se ela é causada pela dificuldade de iniciar e manter o sono, acordar muito cedo, ou se no meio dessa insônia tem alguma outra questão junto, por exemplo: pernas inquietas, apneia do sono ou outras comorbidades.
A qualidade do sono
Anelise conta que através da polissonografia, o especialista consegue conhecer qual a estrutura do sono do paciente e que isso é essencial na hora do diagnóstico. Através disso, também se consegue identificar quais as fases do sono do paciente e se acontece alguma anomalia nesse período.
Segundo a especialista, os riscos de uma noite mal dormida são inúmeros. “Uma apneia do sono não tratada, pode levar ao aumento de até 80% de doenças vasculares, como: Infarto, Acidente Vascular Cerebral, hipertensão, caráter mais noturno, e, também, maior risco de morte súbita”, destaca.
Ainda sobre os riscos do mal sono, Anelise diz que, em pacientes que têm um sono ruim, há um declínio cognitivo maior, e, a longo prazo, isso pode trazer riscos à saúde. Além de doenças físicas, a falta de regulação do sono pode ocasionar doenças psíquicas, como: depressão, ansiedade e até irritação com maior facilidade.
Como funciona o procedimento
De acordo com o Ministério da Saúde, o exame pode ser feito tanto nas clínicas especializadas quanto, em alguns casos de institutos particulares, pode ocorrer quase que completamente em casa.
Hoje em dia existem uma diversa gama de exames de polissonografia e, geralmente, são feitos por vídeo assistido. “Os exames domiciliares podem ser completo ou o de tipo três, que tem ganhado força ultimamente, e serve para aliviar roncos e apneia do sono. Exames de polissonografia devem ser feitos em locais de confiança e por pessoas treinadas para a leitura”, ressalta Anelise.
O exame é indolor. Segundo o site do Hospital Israelita Albert Einstein, o exame da polissonografia é realizado durante a noite para que se possa reproduzir algumas das características habituais do paciente durante o sono. O paciente deve chegar ao local do exame cerca de 90 a 120 minutos antes do seu horário comum de ir dormir. O exame termina ao amanhecer, assim que o paciente acorda.
Diversos equipamentos são utilizados durante o exame: canais na cabeça (para avaliar o movimento dos olhos), ondas eletroencefalográficas, eletrocardiogramas, sensor de fluxos, sensor de ronco, oxímetro no dedo do paciente para avaliar a frequência cardíaca, sensor de posição, e eletrodos nas pernas (para avaliar os movimentos) e no queixo (para avaliar o bruxismo). Após o exame, os resultados são interpretados.