Acesso à internet atinge 84% da população brasileira

In Ciência e Tecnologia, Geral

Cerca de 99% dos usuários brasileiros optam pelo celular como o dispositivo preferido para acessar a internet.

Vefiola Shaka

O acesso à internet chegou a 84% da população do Brasil, no ano de 2023. O número equivale a pessoas a partir dos 10 anos de idade e representa 156 milhões de indivíduos. No ano de 2022, o índice era de 81%, o que comprova o crescimento de usuários.

Esses dados são resultados da pesquisa feita pelo TIC Domicílios 2023, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). Três meses antes das entrevistas, o órgão considerou o uso de internet a essa quantidade. 

Mas há ainda um indicador que inclui indivíduos que, por algum motivo, não usaram a internet no período, mas que declararam o uso de aplicativos que exigem conexão. Nesse caso, a porcentagem sobe para 88% da população ou 164 milhões de pessoas com 10 anos de idade ou mais. 

As regiões Sul (88%) e Sudeste (87%) tiveram os maiores índices de uso de internet. A faixa etária com maior representatividade fica entre 16 a 24 anos, na qual 95% da população acessou a rede no período analisado.

Por onde o brasileiro mais acessa a internet?

Cerca de 99% dos usuários brasileiros optam pelo celular como o dispositivo preferido para acessar à internet. Além do celular, 50% dos brasileiros acessam à internet pela televisão, através de serviços de streaming. Já os notebooks e os computadores somam cerca de 38% de usuários que utilizam estes dispositivos para acessar a internet.

A jovem Eyshilla Lorrana começou a usar a internet com apenas sete anos de idade para fazer tarefas de escola. Até completar os 14 anos ela não tinha acesso ao celular ou redes sociais, apenas no computador. Na época da pandemia Covid-19, Eyshilla teve o seu primeiro celular e começou a usar as redes sociais para produzir e compartilhar conteúdo.  

“Na minha casa usávamos mais os dados móveis, mais tarde começamos a usar WiFi em casa. Durante a pandemia foi a época que mais precisei de internet por causa das aulas online. Sendo que estudei em uma escola pública, o governo deu um chip com internet para ter acesso às aulas”, confirma a jovem.

A evolução do papel das plataformas digitais no Brasil

O uso de aparelhos digitais no país inteiro ultrapassa a marca de 447 milhões de unidades. Cada habitante tem pelo menos dois dispositivos, com celulares inteligentes que podem ser utilizados para operar transações bancárias, e outros serviços oferecidos pelas plataformas digitais. A evolução da tecnologia traz a interação do físico com o digital, principalmente nas empresas. 

“Vejo a evolução do papel das plataformas digitais na estratégia de comunicação de empresas e organizações como um passo essencial e inevitável”, diz a jornalista e nômade digital Hellen Piris. Ela adiciona que a empresa e organização precisam estar no mesmo lugar onde seu público se encontra, e atualmente, esse ponto de encontro coletivo é a internet. Quem deseja impactar seu público e não considera o meio online para tal propósito, dificilmente alcançará seus objetivos de impacto.

Quem são os desconectados da internet? 

Durante o estudo feito, foi afirmado que 29 milhões de pessoas não usam a internet, entre elas, 7,4 milhões usam aplicativos que precisam de conexão, dado que reduz o número de indivíduos desconectados a 22 milhões.  O grupo de pessoas que não usaram a internet durante o período de pesquisa é composto por homens pretos e pardos, com 60 anos ou mais. Na sua maioria as pessoas desconectadas têm uma formação até o ensino fundamental e fazem parte das classes econômicas E e D.

Entre vários fatores que causam a falta de uso da rede de internet, a ausência de infraestrutura local e a falta de educação sobre as novidades da tecnologia estão entre os que mais chamam atenção. Uma grande parte das pessoas que faz parte do grupo de desconectados são pessoas que moram longe das cidades e têm uma falta de serviços, também dos lugares distantes que têm um sinal fraco e instável para o uso de internet. 

Hugo Vinicius dos Santos, formado em informática para internet e desenvolvimento de sistemas, diz que a falta de acesso à internet geralmente está mais para um problema de infraestrutura local, tipo cabos, roteadores, ou até mesmo problemas nos provedores de serviços. “Distância física pode afetar a qualidade, mas é mais sobre garantir que toda a estrada até a internet esteja em boa forma, independente da distância”, afirma.

No mesmo tempo é muito relevante alimentar as pessoas com conhecimento sobre as inovações que a tecnologia traz. As escolas oferecem determinadas disciplinas e para as pessoas que não têm a oportunidade de participar dessas aulas, seria valiosa a ajuda de especialistas em comunicação.

Segundo Hugo, a falta de educação digital é como ter um mapa, mas não saber usá-lo. “Pode ser um fator importante para quem está desconectado. Às vezes, as pessoas não têm as habilidades necessárias para navegar ou aproveitar a internet. É como ter um carro, mas não saber dirigir”, adiciona.

Como promover a inclusão digital? 

 A jornalista Hellen Piris conta que o desafio da inclusão digital, no Brasil especificamente, se deve majoritariamente ao aspecto financeiro dos usuários.“ O indivíduo, ou não tem um celular, tablet ou computador, ou não tem um pacote de dados que lhe dê acesso a internet ou tem um, mas é extremamente limitado. Por isso, a educação e as políticas públicas contemplam um papel importante na democratização do acesso à informação”, adiciona. 

Algumas das iniciativas nacionais que promovem a inclusão digital são: Programa Computador para Todos – Cidadão Conectado, Proinfo Integrado, Banda Larga nas Escolas, Um Computador por Aluno, Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais, Apoio Nacional a Telecentros, Observatório Nacional de Inclusão Digital.

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