Onda de calor : entenda quais são os perigos para a saúde

In Geral, Meio Ambiente, Saúde

O aumento das temperaturas pode trazer complicações à saúde, caso a pessoa não tome as medidas corretas.

Davi Sousa

O outono teve início no dia 20 de março e vai perdurar até o dia 21 de junho. Esta estação assinala a transição do verão, caracterizado pelo calor e pela umidade, para o inverno, que é mais frio e seco. Por isso, de acordo com o Climatempo, podemos esperar uma diminuição nas temperaturas durante essa nova estação, embora não se possa descartar a possibilidade de ocorrência de ondas de calor.

As altas temperaturas são frequentes em muitas regiões, e os brasileiros tendem a estar mais adaptados ao calor do que as populações de países europeus que recentemente estão enfrentando desafios climáticos semelhantes. No entanto, a situação atual é particularmente perigosa devido à sua extrema intensidade.

A exposição ao calor, especialmente durante os períodos mais quentes do dia, entre 12 e 16 horas, pode desencadear uma série de efeitos prejudiciais ao organismo, representando um sério risco para a saúde. Este perigo é ainda mais acentuado para grupos mais vulneráveis, como idosos, pessoas com condições médicas pré-existentes e crianças pequenas, que são mais suscetíveis a complicações devido ao calor extremo. 

A dermatologista Flavya Teodoro explica que é fundamental adotar medidas preventivas durante esses momentos. “Buscar ambientes frescos e bem ventilados, manter-se hidratado e evitar a exposição prolongada ao sol, a fim de mitigar os riscos associados ao calor excessivo da pele são essenciais”, ressalta a médica.

Por que está tão quente?

Ao decorrer das últimas décadas as temperaturas vêm subindo em todo planeta devido ao aquecimento global, causado pelo acúmulo de dióxido de carbono e outros gases que contribuem para o efeito estufa. A humanidade, por vezes, negligencia as repercussões de suas ações sobre a fauna e a flora, impactando diretamente a vida no planeta. Esta negligência está acelerando as mudanças climáticas, tornando desastres naturais mais comuns. 

O resultado desses desastres é um aumento nas ondas de calor intensas, incêndios florestais devastadores e inundações catastróficas. “À medida que a crise do clima não é controlada, eventos climáticos extremos, como ondas de calor e inundações, atingem com mais força as pessoas mais vulneráveis”, explica o coordenador de Assuntos Humanitários e Ajuda de Emergência da ONU na COP 27, Martin Griffiths.

Segundo dados da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) dos Estados Unidos, prevê-se uma transição do fenômeno El Niño, responsável pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, durante os meses de abril a julho, podendo perder sua intensidade. Esta alteração é projetada para influenciar na diminuição das temperaturas.

Com a possível redução da atividade desse fenômeno climático, há indícios de que as temperaturas na região Centro-Sul do Brasil possam registrar uma queda gradual.

Para a meteorologista Tamires Ramos a diminuição das temperaturas deve ser gradual. “Não é como se o calor simplesmente desaparecesse de repente, sabe? O que acontece é uma diminuição gradual à medida que entramos no outono. Você percebe que a temperatura média começa a cair. No início da estação, ainda podemos ter picos de calor, especialmente em áreas que já estão sofrendo com essa onda de temperaturas altas”, explica.

Como o calor afeta o corpo?

O corpo humano mantém uma temperatura interna de 36 graus. Quando exposto a altas temperaturas, o organismo reage com adaptações fisiológicas para tentar regular a temperatura e resfriar o corpo, a primeira tentativa de reação é pelo suor que é um mecanismo natural.

“O desafio reside na desidratação causada pelo excesso de suor, que pode se tornar um problema caso não haja uma reposição adequada de líquidos por via oral. Além disso, a falta de hidratação pode tornar o sangue mais viscoso, aumentando o risco de coagulação. O estresse térmico também impõe uma carga adicional sobre o coração, levando-o a trabalhar em um ritmo mais acelerado para dissipar o calor corporal”, explica o cardiologista Tácito Bessa.

Como se proteger do calor?

Durante este período, para o doutor Tácito é crucial manter uma hidratação adequada, especialmente através da ingestão regular de água. Isso se deve à necessidade que o corpo tem de líquidos para regular a temperatura interna e funcionar de forma otimizada. Além disso, o uso de protetor solar é essencial para proteger a pele dos danos causados pela exposição ao sol.

O Ministério da Saúde oferece orientações importantes para manter a hidratação e proteção durante o período seco:

  • Hidratação: aumentar a ingestão de água ou sucos naturais sem adição de açúcar, mesmo sem sentir sede. Evitar bebidas alcoólicas e com alto teor de açúcar. Fazer refeições leves e mais frequentes. Oferecer água às crianças, idosos e pessoas com comorbidades, mesmo que não sintam sede;
  • Ambiente: fechar cortinas ou janelas expostas ao calor e facilitar a circulação do ar. Abrir as janelas durante a noite. Usar menos roupas de cama e vestir-se com menos roupas ao dormir, especialmente em bebês e pessoas acamadas. Manter ambientes úmidos com umidificadores de ar, toalhas molhadas ou baldes de água;
  • Medicamentos: armazenar medicamentos abaixo de 25º C na geladeira e procurar aconselhamento médico se houver doenças crônicas, condições médicas ou uso de vários medicamentos;
  • Sintomas de Calor: buscar ajuda médica se sentir tonturas, fraqueza, ansiedade, sede intensa ou dor de cabeça. Em caso de mal-estar, procurar um lugar fresco, medir a temperatura corporal e hidratar-se com água ou suco de frutas;
  • Exposição ao Sol: evitar exposição direta ao sol das 10h às 16h. Usar protetor solar, chapéus, óculos escuros e roupas leves. Proteger as crianças com chapéus de abas. Diminuir esforços físicos e repousar frequentemente em locais sombreados e frescos;
  • Em Veículos: em veículos sem ar-condicionado, deixar as janelas abertas e nunca deixar crianças ou animais dentro de veículos estacionados.

Estas orientações visam prevenir problemas de saúde causados pelo calor intenso e manter o bem-estar durante o período seco.

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