Hábito de roer as unhas atinge até 30% da população global

In Geral, Saúde

Roer as unhas pode parecer uma reação normal ao estresse e ansiedade, mas pode apresentar nocividade à saúde.

Eduardo Reymond

A onicofagia é o nome específico para o hábito de roer as unhas. É um mecanismo quase que compulsório que atinge 20% a 30% da população mundial de todas as faixas etárias, de acordo com uma pesquisa publicada na revista científica Nacional Library of Medicine.

Esse impulso pode ser motivado por uma agitação emocional que tem relação com o nervosismo, estresse, ansiedade e apreensão. Alguns desenvolvem essa mania desde cedo e continuam até a idade adulta, e por isso, desenvolvem mecanismos para parar. 

Muitos se queixam pela estética, principalmente as mulheres, as unhas ficam desgastadas e disformes. Em outros casos, roer as unhas machucam os dedos. Essa prática pode parecer uma reação de fuga natural à tensão emocional, mas pode apresentar perigos à saúde.

Riscos causados à saúde

Segundo o blog do Hospital de São Marcos, nos casos mais compulsivos, a roeção pode atingir a parte central da unha chamada leito ungueal, que na maioria das vezes sangra e cria feridas. Pode inflamar e desenvolver infecções bacterianas, o que é algo sério na área dermatológica.

A saúde bucal e dentária também é afetada. De igual modo, os dentes podem se desgastar e as bactérias podem se acumular na gengiva causando infecções e inflamações. Eventualmente, levando os vírus e bactérias para a corrente sanguínea que podem ocasionar complicações gastrointestinais. Causando desconforto, mau hálito, problemas dentários e dermatológicos, de acordo com a clínica Uniodonto em Campinas.

Qual é a causa?

A psicóloga Elisabete Eliandra afirma que “a carga emocional recebida pode gerar compulsões para aliviar as tensões”. Ela ainda explica que roer as unhas para muitos é um mecanismo de escape. “Roo as unhas desde sempre, mas sempre aumenta quando tenho muitas cobranças”, diz o aluno universitário Diogo Cruz.

Como parar?

Dependendo dos casos, o hábito costuma desaparecer com o tempo. Para outros essa compulsão é mais sólida, sendo preciso identificar os gatilhos para desarraigar o costume.

Para as mulheres, os esmaltes são um método eficaz que é comum para parar de roer, eles tem um gosto amargo e inofensivo para a saúde. “Eu roía as minhas unhas, mas parei porque sempre pinto as unhas e não quero estragar o enfeite”, relata Amanda Medeiros. 

Para os homens e mulheres que não costumam usar esmaltes, o psiquiatra Rodrigo Balada defende que “é possível identificar os gatilhos que despertam as compulsões”, e substituí-los por movimentos alternativos que podem ser bons substitutos, como clicar no botão da caneta, apertar bolinhas macias, ou mesmo desviar o foco para outra atividade. Outros aliados são a alimentação saudável e a prática de exercícios físicos, que aliviam a tensão mental.

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