Cerca de 70% dos trabalhadores mentem em seus currículos

In Economia, Geral

De acordo com nova pesquisa de Comportamento de Candidatos a Emprego, foi descoberto taxas altas de mentira no processo de candidatura a emprego.

Eduardo Reymond

Encontrar um emprego pode ser uma tarefa desafiadora devido às exigências, necessidade de experiência prévia e concorrência. Esses fatores combinados tornam a busca por emprego uma jornada complexa e até mesmo frustrante para muitas pessoas. Por esse motivo, muitos usam do artifício da mentira para ganhar algum tipo de vantagem no processo seletivo. Segundo uma pesquisa feita pelo ResumeLab, cerca de 70% dos trabalhadores mentem em seus currículos.

Embora omitir ou adaptar a verdade possa parecer uma atitude inofensiva, a mentira pode gerar consequências pessoais, profissionais e até mesmo jurídicas. As “mentirinhas”, caso sejam descobertas, podem se virar contra o candidato, queimando sua reputação e prejudicando as futuras perspectivas de carreira, pois as qualificações que esperavam no contrato não foram verídicas.

Em agosto de 2023, foram entrevistados mais de 2.000 trabalhadores para analisar o seu comportamento antes das entrevistas de emprego. O estudo apontou a taxa de mentira e as razões pelas quais os candidatos decidem distorcer a verdade. Sete em cada dez trabalhadores confessaram mentir em seus currículos. Além disso, 37% admitiram mentir regularmente.

Segundo o estudo, as mentiras se configuram nas seguintes modalidades:

  • Embelezando responsabilidades em geral – 52%
  • Meu cargo (para parecer mais impressionante) – 52%
  • Fabricando quantas pessoas gerenciei – 45%
  • O tempo que estive empregado em um emprego – 37%
  • O nome da empresa que me contratou – 31%
  • Compôs toda a posição – 24%
  • Inflacionar métricas ou realizações que alcancei (por exemplo, números de vendas) – 17%
  • Seção minhas habilidades – 15%
  • Prêmios ou elogios – 13%
  • Trabalho voluntário – 11%
  • Minhas credenciais educacionais – 11%
  • Cobriu uma lacuna na carreira – 9%
  • Capacidades tecnológicas (conhecer ferramentas como Trello, Asana, etc.) – 5%

Consequências da mentira 

Além de ser antiético e antiprofissional, a ação pode gerar um desligamento imediato do emprego ou da candidatura, perdendo também outras possibilidades de emprego e manchando sua reputação. A mentira descoberta pode resultar em ações legais como multas, e em situações mais extremas, até prisão.

Carolina Martins, especialista em carreira profissional, afirma que “na entrevista de emprego, existem seis fatores que mais reprovam os candidatos no processo seletivo, e desses fatores o primeiro da lista é a mentira”. Segundo a especialista, na mentalidade dos contratantes, se o indivíduo não é honesto nem mesmo no primeiro contato, também não será depois de contratado.

A mentira não é necessária

Usando os métodos corretos na entrevista, não será necessário recorrer à mentira nos currículos. Para causar uma primeira impressão positiva, é essencial elaborar documentos de aplicação fortes. Você pode buscar recursos online profissionais, guias especializados ou vídeos com dicas.

Adapte o currículo de acordo com a empresa, destacando habilidades relevantes e mostrando compatibilidade com sua cultura e valores. Demonstrar ambição, crescimento e capacidade de aprendizado é crucial, assim como ser entusiasmado e honesto, apresentando-se como um colaborador. Destaque suas conquistas, habilidades e traços de personalidade desejáveis de forma honesta e confiante. 

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