Aumento de Trump impacta mercado brasileiro de aço e alumínio

In Economia, Geral, Mundo

As tarifas de 25% afeta as exportações e Lula fala sobre reciprocidade.

Nátaly Nunes

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto sobre o aumento de 25% das tarifas de importação em relação ao aço e ao alumínio brasileiro. A taxa que antes era 10%, aumentou na promessa de favorecer a mercadoria interna encarecendo os produtos importados. A motivação, apontada pelo presidente no dia 10 de fevereiro, é priorizar a indústria norte-americana.

O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, nunca houve uma participação tão grande, vendendo 14,9% de todo grupo “Aço e Ferro”. Em 2024, foram exportados cerca de R$ 27 bilhões em produtos brasileiros nesse ramo. Além do Brasil, outros países como Canadá e México também foram taxados.

A situação se repete

No ano de 2018, em seu primeiro mandato, Trump impôs taxas sobre o aço e o alumínio brasileiro, porém, o Brasil fez um acordo com os Estados Unidos criando um esquema de cotas para as exportações brasileiras. A partir daí, os produtos semiacabados também deveriam ser exportados, além dos finalizados. Em agosto do mesmo ano, essas regras foram flexibilizadas. Nos anos seguintes houveram outras restrições, mas em julho de 2022 sob o mandato de Joe Biden, os EUA revogaram as medidas restritivas contra as exportações brasileiras.                                                                                                                                                      

Em nota publicada no dia 11 de fevereiro, o Instituto Aço Brasil e as empresas associadas apontaram que estão abertas para diálogo entre os governos dos países para restabelecer as bases acordadas em 2018 sobre a parceria do fluxo de produtos de aço. Por fim, eles entendem que a taxação de 25% não será benéfica para nenhum dos países.

No mesmo dia, a Associação Brasileira do Alumínio – ABAL também se manifestou e mostrou sua preocupação com os impactos da nova medida anunciada.

A partir de agora

O administrador da Fundação Paulista de Alumínio, Cristiano Zapparolli, acredita que em sua empresa ele não será atingido ou terão grandes surpresas. “No último século o alumínio substituiu muitos produtos que eram de aço, cobre e outras ligas. Mesmo com o crescimento mundial, alguns produtos de alumínio estão sendo substituídos por plástico industrial , PVC, PE e derivados”, comenta Cristiano. Em contrapartida, sua preocupação é com a energia elétrica, pois ela lidera o maior custo na produção do alumínio. 

Em relação às empresas de exportação, o economista Evaldo Heiderich aponta consequências significativas para essas empresas brasileiras. “As tarifas elevam significativamente o custo de exportação para os Estados Unidos, tornando os produtos brasileiros menos competitivos em termos de preço no mercado americano”, ressalta. 

Ele adiciona que ao tornar os produtos menos competitivos, com o aumento dos custos, automaticamente diminuirá a exportação. “Isso afeta diretamente a receita das empresas e pode resultar em reduções de produção, demissões, ou até mesmo o fechamento de unidades industriais”, completa Evaldo. 

Já para os americanos, segundo o economista, existem implicações positivas e negativas. O aumento dos preços que contribui para a inflação, impacta o poder de compra dos consumidores estadunidenses. “O governo americano deverá introduzir uma suavização deste efeito com diminuição de impostos locais”, sugere. 

Estratégia

No dia 14 de fevereiro, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que haverá reciprocidade, ou colocando taxas nos produtos que importamos dos Estados Unidos ou reportando denúncias para a Organização do Comércio. “Nós queremos paz, não queremos guerra. Queremos paz e tranquilidade. Se o Trump tiver alguma atitude com o Brasil, haverá reciprocidade”, afirmou Lula em uma entrevista dada à Rádio Clube, do Pará. 

O economista indica algumas estratégias para lidar com as questões, como buscar negociações com os EUA para obter isenções ou cotas que mitiguem os impactos das tarifas. Uma estratégia que já foi utilizada com sucesso em administrações anteriores, relembra o acordo feito em 2018 no mandato anterior de Trump. 

Ele também ressalta novos acordos comerciais, expandindo a presença de mercados alternativos, incentivar o consumo doméstico através de políticas industriais ou usar a “lei da reciprocidade”, que seria aumentar as tarifas de produtos americanos importados pelo Brasil. 

“Essas estratégias visam tanto a proteção das indústrias nacionais quanto a abertura de novas vias comerciais para garantir a sustentabilidade e a competitividade das exportações brasileiras de aço e alumínio a longo prazo”, finaliza Evaldo.

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