Azul e Gol cortam voos em Rondônia

In Economia, Geral

Campinas, Recife, Manaus e Salvador não terão voos saindo de Porto Velho a partir de setembro.

Lana Bianchessi

Abrir a página de compras da sua aviação aérea favorita, buscar a passagem que sempre está disponível para sua viagem e não encontrar no site de buscas é decepcionante. Isso é o que as empresas aéreas Azul e Gol fizeram ao cancelarem ou reduzirem suas rotas de voo para o estado de Rondônia.

A Azul cortou os voos diretos saindo de Porto Velho, capital de Rondônia, a caminho de Recife e Salvador. Dessa forma, a companhia vai fazer somente voos para Rio Branco, Cuiabá e Manaus a partir de Porto Velho. Outro voo cortado é o direto de Cuiabá para a capital de Rondônia. Se algum passageiro quiser fazer esse percurso de avião, terá que pegar a conexão em Belo Horizonte.

Já a Gol Linhas Aéreas, cancelou a oferta do voo de Porto Velho para Manaus, a capital do Amazonas. Na nota oficial enviada ao portal de notícias G1, a empresa informou que houve um corte de 50% dos voos em Rondônia desde maio deste ano por causa da falta de estímulo para a manutenção dos serviços. 

“A alta judicialização enfrentada pela Companhia em Rondônia é um fator decisivo para o encolhimento das operações da GOL no estado e, ainda, um desestímulo para a manutenção dos serviços. Neste momento, não há previsão para retomar a oferta em Porto Velho”, diz a nota.

Voos do Interior

Além do prejuízo na oferta do aeroporto da capital, os voos do interior do estado também foram afetados com a redução da malha aérea. Só no começo de julho, a empresa Azul anunciou a redução em três aeroportos do interior de Rondônia. 

No aeroporto de Ji-Paraná, José Coleto, foram reduzidos dois de seis voos semanais da rota para Cuiabá. Em Vilhena, Brigadeiro Camarão, a redução foi de cinco para quatro voos semanais. E no aeroporto de Cacoal, Capital do Café, a companhia também retirou dois de seis voos semanais. Além desses, foram retirados novos voos de Vilhena, Porto Velho e Cacoal para Cuiabá.

A Azul é a companhia que mais transporta passageiros em Rondônia, com 48 voos semanais. Porém, de acordo com levantamento feito por leitura dos processos ingressados na Justiça Estadual, de 15 mil casos na Justiça de Rondônia, 5.119 processos foram apenas de janeiro a junho deste ano. 

Os motivos dessas ações contra a empresa aérea nos cinco primeiros meses do ano são: mais de 3,5 mil por cancelamento de voos, quase 1,5 mil por atrasos e quase 1 mil casos são pedidos de indenização por dano moral.

Prejuízos

O pastor Valci Ribeiro Inacio é pai da estudante Camilly Inacio, mora em Rondônia e costuma comprar passagens de avião para a filha pelo menos quatro vezes ao ano, pois ela estuda em outro estado. Ele conta que está cada vez mais complicado comprar a passagem devido aos preços. “De um ano para cá, está bem difícil. Aumentou muito. A nossa saída daqui de Rondônia para as outras partes do Brasil geralmente é de avião porque é muito longo e isso tem se tornado mais difícil nos últimos anos”, relata ele.

Em nota de esclarecimento da Azul, a companhia esclarece que está em contato com os diversos entes do poder público no estado para buscar uma solução definitiva e para minimizar os eventuais impactos aos seus clientes: “Ressaltamos que, tão logo sejam solucionadas as questões em tratativa, o intuito da companhia é readequar a malha de maneira sustentável”.

Valcir ainda diz que muita gente estuda em outros estados e eles estão optando por carro ou ônibus por causa do preço. “Eu acredito que se tivesse mais ofertas com certeza o fluxo de pessoas viajando seria muito maior. Haveria condição para viajarmos mais, atendendo essa questão”, expressa o pai da aluna. 

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