A produção de milho e farelo de soja no Brasil tem alcançado patamares elevados no mercado internacional.
Maria Fernanda Chire
No decorrer do ano de 2022, a exportação do milho e farelo de soja para nações estrangeiras gerou um rendimento de 98 bilhões de dólares para os produtores rurais, o que, convertido em moeda nacional, equivale a mais de 460 bilhões de reais, de acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.
Para o ano de 2023, as previsões fornecidas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que o Brasil se consolida como líder na exportação de farelo de soja, ultrapassando a Argentina, além de se tornar o maior fornecedor global de milho, superando os Estados Unidos.
A estimativa para a produção de soja é de alcançar um recorde de 154,6 milhões de toneladas em 2023, representando um aumento de 23,1% ou 29 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior.
Quanto ao milho, espera-se que a produção alcance 127,8 milhões de toneladas, considerando as três safras, o que configura um incremento de 12,9% ou 14,6 milhões de toneladas em comparação com o cultivo do período 2021/22.
“Identificamos uma evolução mais lenta na colheita do milho da segunda safra, o que estava dentro das expectativas devido ao atraso no plantio e colheita da soja em várias regiões, bem como às temperaturas mais baixas durante o amadurecimento dos grãos”, explicou Fabiano Vasconcellos, gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Farelo de soja
A posição de destaque do Brasil na exportação de farelo de soja neste ano é justificada pela diminuição da produção na Argentina, cujas plantações foram afetadas por uma extensa seca na região. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), o Brasil ocupou pela última vez a posição de principal fornecedor global de farelo de soja há mais de dois decênios, na safra 1997/98.
As vendas de soja do Brasil para o exterior atingiram o valor de 6,89 milhões de dólares, enquanto as compras internacionais chegaram a 1.510. Comparando o período de junho de 2022 a junho de 2023, as exportações brasileiras de soja tiveram um aumento de 588 milhões de dólares (9,33%), passando de 6,31 bilhões para 6,89 bilhões.
Exportação de milho
Já na situação do milho, o Brasil obteve uma considerável colheita do grão na última safra, levando o país a iniciar o ano de 2023 com um substancial excedente de produção. Enquanto nos Estados Unidos, fatores climáticos desfavoráveis e o aumento de custos resultaram em uma redução na colheita. Adicionalmente, houve um aumento na procura interna. Se as previsões se confirmarem, marcaria a primeira ocasião em que o Brasil assumiria a posição de principal exportador mundial de milho, de acordo com o histórico do USDA.