O processo digestivo tem um impacto significativo no treino, desviando a energia dos músculos e concentrando nos órgãos gastrointestinais.
Eduardo Reymond
Há um pensamento popular de que “saco vazio não para em pé”, sugerindo que a falta de comida causa a perda de energia e disposição. Por mais que a alimentação de fato seja a principal fonte de energia para o corpo humano, no contexto da musculação, comer logo antes de treinar não é uma ação interessante e pode trazer prejuízos para a eficiência do treino.
O personal trainer, Abraão Matias, explica que existe um espaço de tempo ideal entre a alimentação e o treino, reforçando a ideia de que o corpo precisa de tempo o suficiente para absorver os nutrientes e o treino não ser prejudicado com mal-estar. “Em uma alimentação completa, é bom esperar entre 2 a 3 horas. Se comer carne de 3 a 4 horas”, afirma.
Contudo, o professor de educação física, Eduardo Santana, assegura que não há nenhum problema em fazer um lanche leve antes do treino, com pelo menos uma hora de antecedência. “Batata doce, mel, doce de leite, aveia e nozes são ótimos lanches para se fazer antes do treino”, comenta. Lanches energéticos são ótimos pré-treinos, desde que não seja ingerido em quantidade elevada, já que em sequência está a musculação.
Como interfere na musculação
O processo digestivo impacta significativamente no treino em alguns pontos. Durante o processo da digestão, o sangue que é distribuído pelas demais partes do corpo, é direcionada para os órgãos gastrointestinais com o objetivo de fornecer energia e auxiliar na absorção dos nutrientes.
O fluxo sanguíneo que deveria ir para os músculos durante o treino, fica concentrado nos órgãos que desempenham a digestão. Além de afetar o raciocínio e causar sonolência, tira o desempenho e a eficiência dos músculos. “A energia do corpo é direcionada para digestão e prejudica a capacidade de treinar com intensidade, prejudicando os resultados”, esclarece Abraão Matias.
O tempo da digestão deve ser considerado, pois existe um período necessário para que os nutrientes sejam ingeridos e absorvidos de maneira adequada. Comer muito perto do treino pode trazer desconfortos, falta de disposição, enjoo e mal-estar. “Quando eu me alimento de forma inadequada, me sinto estufado e isso atrapalha meu treino, acabo terminando mais cedo”, confessa o estudante, Gilfferson Silva. Fechando seu pensamento com a ideia de que não comer antes do treino até ajuda em sua performance, mas que a boa alimentação é um fator positivo.
Alimentação ideal
A nutricionista, Andreza Lima, sugere o melhor tipo de dieta para hipertrofia. É essencial uma dieta que forneça os nutrientes necessários para o crescimento muscular e a recuperação adequada. Em entrevista, Andreza explica os tipos de alimentos indispensáveis. Confira as sugestões:
Proteínas – alimentos ricos em proteínas, seja proteínas vegetais ou animais. Fontes de proteínas de origem animal com alta qualidade incluem carne, frango, peixe, ovo. Já proteínas vegetais incluem feijão, iogurtes com laticínios, lentilha e grão-de-bico.
Carboidratos – os carboidratos entram na dieta pois são ricos em fontes de energia para exercícios de resistência. Fornece energia para treinos e para repor o glicogênio muscular. Ótimos carboidratos incluem aveia, arroz, batata-doce e frutas.
Gorduras saudáveis e água – o consumo de gorduras saudáveis são indispensáveis para a produção hormonal. As melhores gorduras incluem nozes, sementes, azeite e certos tipos de peixe. A hidratação ajuda na saúde em geral, mas também desempenha um papel crucial para a síntese das proteínas, recuperação muscular, desempenho físico e a circulação sanguínea.
Suplementação – mencionando também a suplementação, que agrega e complementa a alimentação sólida com nutrientes e aminoácidos necessários. Suplementos recomendados como, Whey protein, BCAA e Creatina.