Virar um meme pode levar à notoriedade instantânea, mas as consequências positivas e negativas que essa viralização repentina pode trazer são irreversíveis.
Julia Viana
Nos últimos anos, a internet e as redes sociais transformaram a maneira como as informações se espalham e como as pessoas se tornam famosas. Uma das formas mais recentes de alcançar a fama online é através dos memes, que são os vídeos, imagens ou conceitos engraçados que rapidamente se tornam virais.
Essa viralização acontece quase sempre durante eventos e acontecimentos de grande público, como eleições políticas, partidas de futebol, premiações ou capítulos de estreia e finais de novelas, séries, filmes e programas de televisão. Se tornar meme frequentemente atrai a atenção de estranhos e pode levar à perda de privacidade. Isso pode ser especialmente prejudicial para jovens que desejam manter uma vida pessoal fora dos holofotes.
De forma viral as probabilidades que um meme tem de atingir milhões de pessoas em poucos segundos são intensas e podem influenciar a vida dos envolvidos de forma positiva e negativa. Esse tipo de conteúdo, para a internet, é reconhecido pelas plataformas como informações virais levando em consideração a forma como as redes sociais estão estourando.
A palavra ‘Meme’ é um termo grego que significa imitação e é bastante utilizada na internet referindo-se ao fenômeno ‘viralização’, podendo ser qualquer conteúdo, como vídeo, imagem, ideia, frase ou música que consiga se espalhar entre milhares de usuários em um curto período, seja por compartilhamentos no Facebook ou retweets no Twitter; na maioria das vezes de cunho humorístico ou ações de poderosos da mídia, como políticos, músicos ou atores.
A fama efêmera e suas implicações
Virar meme pode proporcionar aos jovens um rápido e inesperado aumento na popularidade e fama online. De certa forma, é interessante destacar que a maioria das pessoas gosta de ser reconhecido e compartilhado por milhões de pessoas. No entanto, essa fama muitas vezes é efêmera, com a atenção do público se distrai de forma rápida à medida que novos memes surgem. Isso pode deixar os jovens com uma sensação de vazio e a busca constante por mais atenção online.
Para o jovem Robson da Silva, de 23 anos, a viralização do seu vídeo foi de certa forma positiva pelo fato do vídeo ter circulado em várias páginas do Instagram, Facebook, Twitter, e as pessoas começarem a segui-lo. “Inclusive, eu tive que mudar o meu arroba, porque a galera não estava achando. E foi muito legal ser conhecido na rua”, relata. Por muitas vezes ele era parado e reconhecido na rua como o cara do meme “Eu sou Gonas”, mesmo que o feito tenha ocorrido em 2018 ainda é lembrado.
A criação de uma identidade online foi uma realidade na vida do Robson, o que pra ele foi um ponto positivo para estabelecer uma presença nas mídias sociais. Abraçar a fama momentânea, e transforma-la em oportunidades de carreira, são alguns dos pontos relevantes. Eles podem ganhar seguidores, patrocínios e contratos de publicidade, abrindo portas para uma carreira na indústria do entretenimento ou na internet. Além disso, o humor e a criatividade dos memes podem ser uma forma saudável de expressão artística e socialização para muitos jovens.
Pressão para exibição e privacidade
Robson declara que o vídeo teve uma proporção gigantesca, que por três meses seguidos seu direct ficava lotado de mensagens elogiando o seu vídeo e falando o quanto era engraçado, assim tomando uma proporção gigantesca. A exposição ao público nesse caso foi inevitável o deixando como uma pessoa pública, quando uma imagem ou vídeo se torna viral, a identidade por trás do meme muitas vezes é revelada, deixando o indivíduo vulnerável a comentários negativos, críticas e até mesmo assédio online.
Alguns jovens podem aproveitar a fama momentânea para explorar oportunidades criativas, como criar conteúdo relacionado ao meme, explorar a comédia e etc. Mas a criação de conteúdo repentino pode se tornar uma pressão podendo ser levado a um ciclo perigoso de busca de aprovação online, a busca por likes no mundo virtual é real e dessa forma esse tipo de compartilhamento pode afetar negativamente a saúde dos jovens.
Robson aponta que a sua falha foi não manter sua conta movimentada e gerando um conteúdo que estava relacionado ao humor. “Porque eu ganhei muitos seguidores, só que eles foram saindo”, destaca. Ele ainda pontua que na época em que tudo aconteceu os recursos para manter uma frequência de postagens não era boa, ele não tinha um celular com uma qualidade legal, mas acredita que se tivesse dado continuidade talvez seu conteúdo e conta estariam maiores.