Pesquisa revela aumento no número de pessoas em situação vulnerável.
Pamela Piassa
Segundo um levantamento realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 52.226 pessoas residiam nas ruas de São Paulo, capital, até o início deste ano.
O estudo do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (PÓLOS-UFMG), juntamente com dados do Cadastro Único, aponta um aumento de 8,2% nos moradores de rua em comparação a novembro do ano passado, quando outro estudo foi feito.
A pesquisa levou em consideração somente as pessoas que estavam registradas no CadÚnico. Os dados são levados pela Prefeitura de São Paulo até o Ministério de Desenvolvimento Social, com o objetivo de obter recursos para o município. “São Paulo saiu de 3.842 registros em 2012 para os atuais 52.226 registros de pessoas em situação de rua”, explica o pesquisador e coordenador do POLOS-UFMG, André Luiz Dias.
Apesar da situação ser crítica envolvendo estas pessoas em situação marginalizada e vulnerável, todos que se sentem tocados de alguma forma podem contribuir, se não com tempo e disposição, com ajuda financeira. É por isso que existem projetos sociais e organizações filantrópicas não governamentais abertas a receber tais ajudas.
Conheça a ADRA
A Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais é uma organização humanitária com presença em 118 países espalhados pelo mundo. Atua de forma ativa nestes países e inclusive aqui no Brasil, em cada estado, trabalhando com moradores de rua e outros grupos de necessidade.
“Hospedagem Noturna, Abrigo Para Pessoas Adultas em Situação de Rua, Centro Social POP, são só alguns dos diversos projetos sociais voltados para quem está à margem da sociedade e muitas vezes é esquecido. A boa notícia é que todos podem ajudar”, ressalta Silvia Tapia, Oficial de Comunicação da ADRA.
O trabalho da ADRA não é feito apenas por profissionais, pois aceita a ajuda de voluntários. No trabalho voluntário a disposição é essencial. Para quem se interessa em ajudar permanentemente, é interessante conhecer os projetos disponíveis na região em que mora.
Se há interesse em se voluntariar de forma temporária, em um projeto longe de sua moradia, defina o tempo que terá para ficar no projeto. É importante preencher a ficha de inscrição para que os responsáveis tenham suas informações para entrar em contato e ajustar os detalhes.
Conheça a SP Invisível
Outro trabalho muito importante feito com os moradores de rua, acontece na capital paulista. A SP Invisível é uma ONG que vem lutando para conscientizar os olhares sobre as pessoas em situação de rua desde 2014, quando ela surgiu através de uma dinâmica em grupo de fotógrafos para documentar o que costuma passar despercebido no cotidiano.
Após essa dinâmica, os fundadores entenderam que a população de rua não é invisível, mas a sua história sim. E toda história merece ser ouvida.
A ONG tem como missão conscientizar a sociedade através de histórias, promovendo experiências de cuidado individualizado para a população de rua. Com o objetivo de valorizar, dar voz a histórias invisíveis e instigar momentos de escuta e conexão.
“A SP Invisível surgiu quando a gente decidiu juntar um grupo de adolescentes da nossa igreja e propomos para que eles tirassem fotos de tudo aquilo que era invisível na cidade de São Paulo… a partir daí surge a ideia, de começar a contar a história dessas pessoas que são invisíveis para a sociedade”, explicou o fotógrafo e Co-Fundador da ONG, André Soler em entrevista exclusiva ao site Aventuras na História.
Como ajudar
A SP Invisível tem como iniciativa primária levar visibilidade aos moradores de rua, em vulnerabilidade social e acolher estas pessoas para que novas realidades sejam possíveis. Para quem deseja doar e saber mais sobre a ONG, é só entrar no site oficial.
As doações são divididas da seguinte forma: 56% comida, 36% empregabilidade, 3% taxas, e 5% infra logística. Doando apenas 20 reais por mês é possível ajudar e dar voz a muitas histórias em cada esquina de São Paulo.
Em homenagem às pessoas que tiveram de lutar contra o vírus para sobreviver, a ONG criou o livro “A pandemia que ninguém vê”, que conta o relato de 100 pessoas que não puderam se isolar, entre elas está a população de rua, os profissionais de saúde, os entregadores, os profissionais de cemitério e de reciclagem.
Comprando este livro é possível ajudar a causa das pessoas em situação de rua e de quebra, ainda receber um registro histórico.