Contribuinte com renda de até dois salários mínimos será isentado de pagar o tributo.
Eduardo Reymond
O Governo Federal ampliou a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR). Os contribuintes com renda de até dois salários mínimos não precisarão pagar a taxa. Essa medida entrará em vigor a partir do ano que vem.
Essa alteração representou um aumento de 6,97%. Anteriormente, a faixa de isenção era de R$2.112,00 e sobe a partir de janeiro de 2025 para R$2.259,00.
Brasileiros beneficiados
Essa mudança é uma boa notícia para os brasileiros, pois a faixa de isenção estava congelada desde 2015. Estima-se que a alteração na legislação beneficiará 15,8 milhões de brasileiros na declaração. “O aumento da isenção é positivo, pois a alta carga tributária no consumo e nas despesas entre as classes que ganham até dois salários mínimos é muito alta”, afirma a economista Juliana Nascimento.
Os contribuintes que têm rendimentos até R$2.824,00 serão beneficiados com a isenção, porque dessa renda será aplicado o desconto simplificado de R$564,00, resultando justamente no limite da faixa de isenção de R$2.259,20. Entretanto, esse desconto é opcional, quem tem direitos de maiores descontos do governo, como previdência, alimentos, dependentes, não será prejudicado.
Essa faixa também aumenta de maneira proporcional para os demais contribuintes que ganham mais do que dois salários mínimos. Em função disso, mais de 35 milhões serão beneficiados com a alteração.
Expectativa para os próximos anos
Essa mudança era esperada há muitos anos, visto que a faixa de isenção do imposto de renda teve sua última mudança há quase 10 anos. Segundo as projeções do governo “o imposto está inversamente relacionado ao consumo, ou seja, toda vez que o imposto aumenta o consumo tende a diminuir e da mesma forma, quando o imposto diminui o consumo aumenta”, diz o economista João Monteiro.
Havendo crescimento econômico, haverá novas mudanças, visto que as propostas anteriores previam isenção até R$5.000,00. Caso haja aumento nos próximos anos, mais brasileiros serão beneficiados.
A partir da nova faixa de isenção, segundo o Ministério da Fazenda, haverá redução de receitas. “O governo entrará com outros mecanismos para compensar a redução nas receitas”, reforça a economista Juliana Nascimento. O governo deixará de arrecadar R$3,03 bilhões em 2024; R$3,53 bilhões em 2025 e R$3,77 bilhões em 2026.