Dia do Pão Francês: qual a história por trás do queridinho dos brasileiros?

In Cultura, Geral

Seja como acompanhamento ou prato principal, ele faz parte da rotina de milhões de famílias.

Helena Cardoso

Pão de sal, carioquinha, pão de massa grossa, careca, filão, cacetinho, pão francês. Cada região conhece por um nome, mas todas compartilham do amor pelo pão mais tradicional do Brasil. Ele está tão ligado à cultura do país que ganhou sua própria data: o Dia Nacional do Pão Francês, comemorado em 21 de março.

Francês, não. Brasileiro!

Ao contrário do que muitos pensam, de francês ele não tem nada. Esse tipo de pão se popularizou no Brasil no final do século XIX, mas foi somente no século XX que surgiu a receita da forma que conhecemos hoje. Famílias tradicionais e ricas, quando voltavam de viagem da França, descreviam aos seus padeiros um “pão curto, com casca crocante e miolo branco”, que haviam experimentado no país, para que eles tentassem reproduzir. Entretanto, o resultado que os padeiros obtinham era de um pão com casca e miolo escuros, e mais parecia com um precursor da baguete. 

Apenas entre os anos de 1960 e 1970, com o desenvolvimento das farinhas e o acréscimo de melhoradores, surgiu o pão que conhecemos hoje e que rapidamente se tornou o queridinho dos brasileiros. Com o tempo, a receita passou por alterações em uma tentativa de trazer maior praticidade aos produtores.

Os próprios melhoradores foram essenciais nesse processo, ajudando a diminuir o tempo de fermentação de 15 para 4 horas. Além disso, o surgimento da câmera fria possibilita ao padeiro manter controle sobre o esfriamento e aquecimento da massa, o que traz as características principais do pão que conhecemos hoje: casca fina, brilho e pestana aberta.

“Pão familiar”

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias da Panificação e Confeitaria (ABIP), 41 milhões de brasileiros entram nas padarias todos os dias à procura do pão francês. Já de acordo com dados da Kantar/2019, o produto está presente em mais de 84% dos lares brasileiros, sendo que 76% das pessoas o consomem no café da manhã.

Além de ser um alimento prático que pode ser usado como entrada, complemento ou protagonista de uma refeição, é um grande aliado da economia brasileira. Conforme dados da ABIP, só em 2021 o mercado nacional de panificação e confeitaria faturou R$105,85 bilhões, o que representa um crescimento de 15,3% em relação a 2020.

Talvez seja sua receita básica e seu preço acessível que o torna tão popular. Para preparar o pão francês, são necessários apenas cinco ingredientes: farinha de trigo, sal, água, reforçador e fermento biológico. Não importa o motivo: nada melhor do que um pão recém saído do forno para comemorar o dia dessa iguaria brasileira.

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