O tempo de espera para um transplante de coração foi inferior a 30 dias para 27,5% dos pacientes da lista.
Maria Fernanda Chire
No último trimestre do ano, o tempo de espera por um transplante de coração era inferior a 30 dias para 27,5% dos pacientes da lista. Outros 65 pacientes tiveram tempo de espera entre 30 e 90 dias. Segundo o Ministério da Saúde, isso significa que mais da metade dos pacientes tiveram a oportunidade de receber um transplante de órgão em três meses.
Daniela Saloman, coordenadora-chefe do Sistema Nacional de Transplantes, explica ao Canal de Saúde que o transplante cardíaco é um procedimento que exige movimentação. “As pessoas da lista precisam de ajuda urgente. O sistema brasileiro funciona bem para chegar a esse resultado no menor tempo”, explica Daniela.
Além dos critérios de gravidade da operação, o SNT também utiliza exames de sangue e testes de aptidão física que avaliam peso e altura, por exemplo. Segundo a coordenadora, em segundo lugar na lista de critérios técnicos estão os pacientes que fazem uso de drogas vasoativas há mais de seis meses. Essas drogas aumentam a capacidade do coração de bombear o sangue. A terceira preferência é dada aos pacientes que também estão utilizando drogas vasoativas, porém por menos de seis meses.
Todos os critérios são calculados através de um sistema informático. As informações coletadas são transmitidas assim que a equipe de transplante insere o paciente receptor no sistema. Uma vez inseridas as informações do doador, o sistema computacional utiliza um algoritmo que prevê todos os critérios para criar uma lista de pacientes elegíveis para receber um órgão doado.
Requisitos para transplante de órgãos
Como o coração é o órgão mais importante do corpo, ele só pode ser doado caso o doador tenha morte cerebral. Além dos aspectos cronológicos de disponibilidade, outros critérios como tolerabilidade, gravidade do caso e grupo sanguíneo do doador também são levados em consideração.
Todos os órgãos têm um tempo máximo de sobrevivência após o transplante fora do corpo humano, denominado tempo de isquemia. No caso do coração, o tempo é de apenas quatro horas, o que dificulta o transplante. Pacientes críticos recebem tratamento prioritário de acordo com seu quadro clínico. Esses fatores são levados em consideração ao decidir quem receberá o órgão.