De acordo com estudo, o uso de medicamentos que tratam a obesidade reduz eventos cardíacos em 20%.
Maria Eduarda Tomaz
Um novo estudo da American Heart Association (AHA), publicado no início do mês, descobriu que, “o medicamento tirzepatida, converteu consideravelmente o quadro de pressão alta de adultos com obesidade que fizeram o uso dele durante nove meses”.
De acordo com a pesquisa o objetivo da maioria dos pacientes, é perder peso para tratar de sua obesidade e inesperadamente o medicamento ajudou na redução da pressão alta.
A doutora Graciele Amaro, nutricionista e especialista em emagrecimento, explica que geralmente o emagrecimento ocorre através de alguns passos, e em casos mais sérios (com risco a vida) o médico prescreve medicamentos, que é apenas um dos cuidados diante deste processo.
Então nesse caso, mesmo com o uso de medicamentos, se o paciente em tratamento estiver com novos hábitos, que normalmente são recomendados pelos especialistas, outras áreas da saúde vão apresentar melhoras.
“A alimentação tem grande influência na saúde do nosso sistema cardiovascular, pois os nossos hábitos alimentares podem ajudar na prevenção ou na ocorrência de doenças como hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemias e triglicerídeos elevados”, explica Graciele.
Novos hábitos levam ao resultado com maior êxito
Outro estudo feito em colaboração com dezessete cardiologistas, entre eles brasileiros e americanos, diz que o exercício físico (com acompanhamento profissional), junto com uma alimentação equilibrada feito por pessoas cardíacas, reduziria abundantemente a gravidade dos casos, e evitaria o surgimento de novas condições.
Outro ponto muito destacado pela doutora é o exercício físico, que com toda certeza é um grande aliado para um emagrecimento saudável, sempre com acompanhamento profissional, tanto o exercício, quanto a alimentação. “E tão importante quanto o resultado final, que é o emagrecimento, é o tanto de saúde que a pessoa ganha nesse trajeto!”, reforça.
Cirurgia como aliada do controle da pressão arterial
A famosa cirurgia bariátrica pode ser outra opção, de acordo com cada caso. Segundo o estudo do Journal of the American College of Cardiology adultos com pressão alta e obesidade submetidos a cirurgia bariátrica, têm índice corporal mais baixo e usam menos medicamentos.
Mas todo cuidado é pouco. “Não podemos nos esquecer que trata-se de uma intervenção cirúrgica, sempre havendo riscos durante e após o procedimento”, explica Graciele.
“Porém, em alguns casos, essa intervenção pode sim não só trazer benefícios como salvar a vida de uma pessoa, pois sabe-se que em grande parte dos pacientes, acontece a remissão de diabetes, da pressão arterial, dos lipídeos sanguíneos, dos níveis de ácido úrico e, ainda, alívio nas dores articulares”, diz especialista.
Vale destacar que nem todos podem fazer a cirurgia, alguns critério devem ser respeitados, como:
- Ter IMC acima de 40 kg sem necessidade de apresentar comorbidades;
- Pacientes com IMC acima de 35 kg com comorbidades causadas pela obesidade.
Apenas pessoas com obesidade correm riscos de desencadear problemas cardíacos?
Apesar da maioria dos casos estarem relacionados ao sobrepeso, existem casos isolados em que a saúde cardíaca está prejudicada mesmo que o indivíduo não esteja aparentemente mal.
“Mas não é porque a pessoa não tem sobrepeso que ela está livre desses acontecimentos! Mesmo tendo um peso considerado saudável, se os hábitos alimentares forem ruins, o risco também existe”, completa a doutora.