A atividade física é benéfica para pacientes com câncer de mama avançado, melhorando a qualidade de vida, reduzindo a fadiga e aliviando a dor.
Brenda Marinho
Os exercícios físicos podem ser benéficos para pacientes com câncer de mama. Um estudo recente mostrou que um programa personalizado pode reduzir a dor e a fadiga, melhorando a qualidade de vida das pacientes. Segundo os pesquisadores, esses exercícios são benéficos para todas as idades, contudo, deram mais resultados com mulheres com menos de 50 anos.
Sendo assim, a sugestão é que o exercício deve ser considerado como terapia complementar para pacientes com câncer de mama metastático.. As diretrizes internacionais de saúde recomendam treinamento físico para pacientes com câncer de mama cujo a doença não se espalhou. No entanto, pela primeira vez, os pesquisadores estão agora a identificar extensivamente se o treino físico também ajuda no cancro metastático.
Processo da pesquisa
O estudo recente envolveu 357 pacientes com câncer de mama metastático e descobriu que aqueles que participaram de um programa estruturado de exercícios de nove meses relataram menos fadiga e melhor qualidade de vida em comparação com aqueles que não realizaram o programa de exercícios. O estudo mostrou que o treinamento físico pode ajudar os pacientes a aproveitar melhor sua vida pessoal, social e profissional, apesar dos desafios de conviver com o câncer metastático.
O estudo, publicado no Journal of Clinical Oncology, incluiu pacientes com idade média de 55 anos, recrutados em oito centros de câncer na Alemanha, Polônia, Espanha, Suécia, Holanda e Austrália.
Dos participantes, 178 foram selecionados aleatoriamente para participar de um programa de exercícios de nove meses que incluía exercícios resistidos, aeróbicos e de equilíbrio, enquanto os outros de 179 pacientes continuaram com o tratamento habitual. Os dois grupos foram incentivados a praticar atividade física por pelo menos 30 minutos diários e receberam rastreadores de atividade.
Resultados positivos no tratamento
Apesar dos exercícios serem recomendados em diversos tratamentos, muitas vezes eles não são indicados pelos médicos, como no caso da paciente Danielle Rezk. “Quando eu falei pra ela (minha médica) que eu queria fazer exercício físico, ir pra academia, ela falou que não tinha contraindicação, mas perguntou se eu ia dar conta da quimioterapia”, relembra.
Para Danielle a experiência foi muito positiva. Ela lembra que algumas mulheres passavam mal, tinham enjoo e outros sintomas, enquanto ela não tinha nada. Os treinos na academia ajudaram a dar forças e até surpreenderam sua médica. “Minha médica ficou até surpresa comigo me parabenizou pela minha força, pela minha coragem e isso me ajudou muito”, afirma.
O tratamento de Danielle ainda continua, mas ela está ansiosa para voltar a fazer exercícios. “Creio que isso é fundamental no tratamento, e já quero voltar, só estou esperando ser liberada pela médica agora pós cirurgia pra que eu volte”, reforça a paciente.
O estudo também descobriu que os benefícios foram mais significativos para mulheres com menos de 50 anos e aquelas que sentiram dor no início da pesquisa. Os resultados sugerem que o exercício físico pode ser uma terapia complementar valiosa para pacientes com cancro da mama metastático, ajudando-os a gerir os seus sintomas e a melhorar a sua qualidade de vida.