Alunos vivem nova realidade sem celular nas escolas

In Educação, Geral

A lei sancionada pelo presidente Lula visa uma maior interação entre os alunos.

Nátaly Nunes

Cinco horas por dia, cinco vezes por semana. Esse é o período de tempo em que praticamente todos os alunos da educação básica estão passando sem o celular nas escolas do Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei no dia 13 de janeiro que proíbe o uso dos smartphones durante o tempo dentro das escolas, com o objetivo de proporcionar mais momentos de interação. 

O aparelho, que está presente na vida dos estudantes, pode auxiliar de forma positiva nos estudos como também é usado para entretenimento e lazer. Não é errado navegar pelo feed do Instagram, mandar mensagens no WhatsApp, ou assistir alguns vídeos no YouTube, porém, o uso indevido e desequilibrado das redes prejudica outras áreas da vida e o que poderia ser usado com uma ferramenta colaborativa está sendo utilizado de forma descontrolada.

Tecnologia e educação

A pesquisa anual feita pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, com crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, apresenta que em 2022, apenas 28% das escolas que participaram do estudo, proibiam o uso do celular. Atualmente, todas as escolas, sendo públicas, municipais e particulares, devem proibir o uso não só dentro de sala mas nos intervalos entre as aulas e recreio. 

O aluno Enzo Carraio, que está começando seu primeiro ano no Ensino Médio, reconhece que se distraía quando chegava alguma notificação e comenta que foi uma atitude muito drástica não poder usar em nenhum horário, pois acha importante o uso do smartphone no momento do intervalo para mandar mensagem para os responsáveis e brincar com os amigos.

É válido ressaltar que o uso do celular permite por lei os seguintes casos: fins pedagógicos ou didáticos, conforme orientação do professor; inclusão e acessibilidade de estudantes; atendimento e condições de saúde e garantia de direitos fundamentais. É válido ressaltar que está liberado para contribuir no sistema de ensino.

O objetivo

A nova lei tem como objetivo principal resguardar a saúde mental das crianças e  adolescentes tendo como consequência uma maior interação entre os alunos. Com menos distrações, o ensino poderá ser aprimorado e executado com mais êxito.

Gabriela da Silva Alves, aluna do último ano do Ensino Médio, revela que mesmo sendo um pouco difícil de se acostumar, já sentiu uma diferença nesses primeiros dias na sua concentração e até mesmo no seu método de estudo. “Muitas vezes eu deixava de copiar e simplesmente tirava foto do quadro, agora copio as matérias na hora da aula mesmo”, diz.

Necessidade do celular x necessidade da pausa

A análise da Cetic também mostrou que no ano de 2022,  21% dos entrevistados já se sentiram mal em algum momento por não poder estar na internet. Enquanto a mesma pesquisa feita no ano de 2012 apontou que apenas 4% teve esse tipo de sentimento.

Enzo Carraio relata que se sente desconfortável ao ficar longe do celular pois atualmente ele é quase um membro do corpo. “Nós usamos ele para tudo e todos os dias, então quando estou longe do meu celular fico bem incomodado”, responde.

Em contrapartida, os jovens, que já passaram da fase escolar, aos poucos vão enxergando a necessidade e os benefícios de uma pausa. Um estudo da revista Dazed Studio apresentou que pessoas entre 19 e 25 anos estão passando menos tempo em redes como TikTok e Instagram. A geração Z está tomando consciência de priorizar conexões reais, dedicação à carreira e o bem-estar pessoal.

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