O Ministério das Relações aponta que em 2022 houve um aumento de brasileiros que buscaram novas moradias.
Nycole de Souza
Um levantamento feito pelo Ministério das Relações mostrou que 4.59 milhões de brasileiros saíram do Brasil em 2022. Segundo o Ministério, o país com a maior concentração é os Estados Unidos com 1,9 milhões de brasileiros, e Portugal está em segundo lugar. A procura por agências para poder sair do país tem aumentado nos últimos anos, sendo que a busca por um emprego e moradia no exterior superam registros feitos ao longo do tempo.
Após as eleições de 2022 e a polarização no país, houve uma grande separação entre as pessoas e de acordo com a agência de consultoria Aquila Global Group, vem aumentando o número de ligações e mensagens recebidas por dia. Nos últimos anos tem crescido também a criação de agências para ajudar pessoas que querem imigrar.
Nas redes sociais, perfis falando sobre o assunto de imigração e culturas diferentes tentam convencer mais pessoas a entrarem nessa jornada. O perfil no Instagram da youtuber Midori fala sobre a cultura coreana e busca falar principalmente das diferenças do local, em especial a segurança do país. O sucesso foi tão grande que logo ela se juntou a mais três brasileiras, que foram moradoras da região, para criar a agência Viagem para a Coreia.
Diferenças na segurança entre os países
O choque de cultura ao mudar de país é forte e Layza Botelho, que mora na Flórida – Orlando, trabalha com limpeza de casa. “Para quem vem de última hora igual meu esposo e eu, não tem escapatória. Mas estou montando minha própria empresa de limpeza para não precisar limpar tanto”, relata.
Ela mora fora há um ano e dez meses e comenta do medo que teve no início, mas com a persistência tem conseguido conquistar suas coisas. “Aqui é tudo diferente, existe o respeito com a lei. Aqui funciona da seguinte forma, eles têm o controle de todos os telefones e eles mandam mensagem assim que uma pessoa some, falando pessoa de tal idade, com aparência tal, com uma foto da pessoa, porque quando você compra o telefone aqui, eles já tiram uma foto sua. Se é uma criança, provavelmente a mãe foi até a polícia e notou que a criança desapareceu”, completa.
Foi criado também no Brasil um aplicativo para ajudar na segurança. Ele usa os dados colocados ali e o reconhecimento facial para ajudar a encontrar pessoas desaparecidas. “A gente sempre utilizou de certa forma o reconhecimento facial. Olhando o rosto de pessoas em embalagens, em carros, na mídia e vendo que conseguimos identificar alguém na rua puxando pela nossa memória. O que a gente está fazendo agora é usar uma tecnologia de inteligência artificial para automatizar isso”, explica Luiz Vianna, CEO da Mult-Connect para o Jornal Nacional.
Rapidez no atendimento
Segundo Layza, desde que chegou no país, todas as crianças desaparecidas logo foram encontradas por alguém e eles são logo informados sobre a localização. “Até hoje eu não fiquei sabendo de nenhum caso que sumiu e não apareceu, mas é por conta desse controle. As pessoas sempre acabam ensinando as crianças uns gestos para que se você for pega e a pessoa que está levando ele e não é o pai, faz um sinal atrás das costas. Eles pedem sempre para a gente ensinar os nossos filhos e eu acho isso muito bacana, essa é a parte que eu mais admiro na segurança do país”, complementa.
Sayane Brito também mora na Flórida com sua família faz sete anos. Ela entrou no país com o visto de turista e está no processo para conseguir o Green Card e conta sobre sua visão na questão da diferença entre os dois países. “Onde moro temos muito mais segurança, mais tranquilidade em andar nas ruas, talvez por termos um maior poder de compra, e tudo ser mais acessível, isso seja um fator de menos criminalidade”, completa a moradora.
Os Estados Unidos é considerado um país de primeiro mundo e atua com rapidez em qualquer emergência. Ao ligar para o bombeiro ou a polícia leva no máximo 2 a 3 minutos para chegar até a pessoa e se o motorista não parar ou dar espaço para as viaturas passarem pode ser multado. “Por conta do respeito nas ruas que não demora para as viaturas chegarem até o local, porque aqui tem vários pontos de polícia e de bombeiro, não existe só um no centro da cidade, então isso ajuda com que evite os acidentes graves e dê tempo de socorrer as pessoas”, finaliza Layza.
