O sonho de todo brasileiro de ter um carro está ficando cada dia mais distante com o aumento de preço dos automóveis novos e seminovos.
Nycole de Souza
O aumento no preço dos automóveis está dificultando a compra dos veículos pelos consumidores brasileiros. Se no passado para comprar um carro uma pessoa precisava de 28 salários mínimos, atualmente é preciso de no mínimo 40 salários mínimos, de acordo com uma pesquisa da Kelley Blue Book (KBB).
Cálculos de empresas e consultores que acompanham o mercado indicam o aumento da compra de automóveis do ano passado, modelos novos e seminovos aumentaram entre 14% e 21%. Em 2021 o preço do carro “ano modelo” 2022 (geralmente lançado antes da virada do ano) subiu em média 18,39%, segundo a empresa especializada em variações de preços no mercado, a KBB.
Dos dez carros zero mais vendidos do primeiro trimestre, cinco deles estão na faixa de preço, acima dos R$ 100 mil reais. Entre eles estão as marcas campeãs de venda, HB20 da Hyundai, e Onix da General Motors, os preços começam entre R$ 70 mil a R$ 73 mil.
As versões que trazem os conjuntos de acessórios, motorização e pintura mais desejados passam facilmente pela faixa de preço.
Os consumidores sentem a diferença
Flaviano Lima é morador de Goiânia-GO e comprou um carro recentemente. Ele disse que percebeu o aumento de tudo relacionado ao automóvel desde que comprou e que sempre planejou comprar um carro usado pois achava mais em conta.
Outro que planeja comprar um carro é o morador de Engenheiro Coelho, São Paulo, Werlys Tiago. “Estou vendo as possibilidades, pois posso comprar carro novo, que as condições são bem melhores, mas tem a parte ruim de gastar um pouquinho mais, ou comprar um seminovo. Estou vendo qual vai ser minha melhor opção”, comenta.
O estudante disse que percebeu o aumento de preço dos carros usados. “Eles estão sendo muito valorizados e está compensando muito mais comprar seminovo”, disse Werlys.
A vendedora de carros Mariana Lima, comentou sobre a diferença de valores desde que começou a trabalhar nesse meio. “Os valores subiram muito nos últimos meses, a tabela fipe subiu em média R$ 10.000,00 reais”, ressalta.
Mariana também explica como o mercado de venda está agindo nesse momento. “Está mais rentável vender usado, principalmente para quem tinha estoque antigo, pois comprou bem mais barato e agora está vendendo mais caro”, explica. Além disso, ela ressalta que a alta nos usados também tem relação com a falta de carros zero no mercado, já que matéria-prima também está mais cara.