O movimento internacional que começou durante a guerra, hoje conta com 97 milhões de voluntários em todo o mundo.
Laura Rezzuto
A Cruz Vermelha é hoje conhecida como a principal instituição de ajuda humanitária no mundo todo, principalmente em relação às pessoas em situações vulneráveis. A sua história começou no ano de 1863, tendo como maior foco salvar pessoas que sofriam com as consequências das guerras que aconteciam no século 19.
Porém, a trajetória desse movimento humanitário, que ajudou tantas pessoas, não parou após as guerras e nem se limitou somente à Europa. A Cruz Vermelha apenas cresceu ao decorrer do século com a ajuda de outras pessoas que também queriam ter a oportunidade de mudar milhares de vidas, e no Brasil não foi diferente.
“A Cruz Vermelha está pelo mundo todo, e há muito tempo ela tem como alvo cumprir com os princípios fundamentais: humanidade, imparcialidade, neutralidade, independência, voluntariado, unidade e universalidade. Tenho muito orgulho em dizer que essa instituição está por quase todo o território nacional, através de 23 filiais em estados brasileiros, que possuem cerca de 15 mil voluntários cadastrados no país”, explica Ronilson Oliveira, vice-presidente da Cruz Vermelha do Amazonas.
Ao contrário de quando a instituição foi fundada, hoje ela não trabalha somente após catástrofes, mas também realizando todo tipo de ação humanitária, como em escolas, comunidades, instituições religiosas ou organizações corporativas. Segundo Ronilson, apesar do trabalho árduo, a instituição ainda não recebe auxílios do Governo, por isso, de maneira frequente são realizadas diversas arrecadações para que os voluntários possam dar andamento nas atividades.
Principal objetivo: transformação social
Donara Costa, moradora da comunidade Santa Maria da Pedra Chata, no interior do Amazonas, conta sobre a última ação realizada pela Cruz Vermelha, na semana passada, na qual houve feira de saúde, atividades educacionais para as crianças e cursos de primeiro-socorros para os moradores.
“Foi muito legal a ação que aconteceu. Além de os moradores aprenderem bastante, também foi divertido, principalmente para as crianças, que adoraram os voluntários para a turma infantil. A gente ia adorar se viessem aqui mais vezes. Ajuda muito a gente com as doações e com o aprendizado”, esclarece a moradora, que agora também se cadastrou para ser uma voluntária.
Donara ainda conta que nesse trabalho realizado na sua comunidade, as mais beneficiadas foram as mulheres, já que houveram diversas palestras alertando as moradoras sobre a violência contra a mulher e o abuso doméstico.
Sobretudo uma missão
“A prioridade da Cruz Vermelha sempre foi e ainda é defender a humanidade, seja em guerras ou em comunidades ribeirinhas. Eles buscam defender qualquer vítima, independente de raça, condição social e gênero. Essa instituição acredita que pode contribuir na melhoria da vida de milhões de pessoas, e estão certos”, destaca Fábio Santos, historiador.
Segundo a Instituição, no mundo todo já existem mais de 100 milhões de voluntários prontos para proteger e oferecer assistência às pessoas que sofrem com alguma situação vulnerável. A Cruz Vermelha se encontra em 187 países, e só aqui no Brasil, ela já vem atuando desde o ano de 1907, através do suporte às famílias atingidas por enchentes, secas, fome e falta de lar.