Custo de cesta básica sobe em 2024

In Economia, Geral

A cesta básica sofreu um aumento de 14,2% no último ano, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados. 

Nicoly Maia

A cesta básica sofreu um aumento de 14,2% no ano de 2024, impactando diretamente o orçamento das famílias brasileiras. Segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados, itens essenciais como arroz, óleo e café foram os produtos que mais sofreram alterações em seus preços, por conta de fatores econômicos e climáticos. A situação tem levado consumidores a mudar hábitos de compra, buscando alternativas mais baratas ou a reduzirem o consumo de produtos.

Nas prateleiras

A comerciante Fernanda Merc, dona do supermercado Souza, relata que a alta nos preços tem feito os clientes optarem por marcas mais baratas ou até mesmo deixarem de consumir certos produtos. “Muitos estão substituindo ou reduzindo o consumo de carne, café e até ovos, que tiveram um aumento absurdo”, explica.

Para evitar desabastecimento, Fernanda adotou uma estratégia de compra antecipada, o que ajudou a manter alguns preços abaixo da concorrência. No entanto, com a necessidade de repor os estoques, foram necessários reajustes. 

“A maior dificuldade está na variedade de marcas. Estamos com menos opções para garantir que todos os produtos continuem disponíveis”, diz. Além disso, ela conta como a frequência de ajustes de preços aumentou, “Hoje, revisamos semanalmente cerca de 40% dos valores na loja”, conta.

Por que os preços subiram tanto?

A economista Priscilla Cordeiro explica que a alta da cesta básica é resultado de uma série de fatores interligados. “A inflação de alimentos continua pressionando os preços, principalmente devido ao aumento nos custos de produção e transporte”, afirma.

Entre os principais motivos para os aumentos, estão:

• Alta dos combustíveis: o aumento do diesel e da gasolina elevou o transporte de alimentos, aumentando o custo final para o consumidor.

• Problemas climáticos: secas e chuvas intensas afetaram colheitas em várias regiões do Brasil, diminuindo a oferta de produtos essenciais como arroz e café.

• Custos de produção elevados: insumos como fertilizantes e ração animal também acabaram ficando mais caros, impactando nos preços dos alimentos.

• Política de juros altos: a dificuldade no acesso ao crédito aumentou os custos para empresas do setor alimentício, que repassaram os reajustes para os consumidores.

Em 2025 

Segundo dados da Associação, o aumento da cesta básica tem sido especialmente sentido em grandes cidades como São Paulo, onde a alta demanda e os desafios logísticos fazem com que os preços sejam ainda maiores. Além disso, a diferença entre o reajuste dos salários e a inflação agrava a situação. “Muitas famílias estão perdendo poder de compra, reduzindo o consumo de itens essenciais e enfrentando dificuldades para equilibrar o orçamento”, alerta Priscilla.

A previsão para os próximos meses não segue muito longe da situação de 2024. Segundo a economista, a tendência é que os preços permaneçam altos no curto prazo, especialmente para produtos como ovos e café, que continuam sofrendo fortes reajustes. No entanto, há uma possibilidade de estabilização no segundo semestre de 2025, caso as colheitas sejam favoráveis e os custos de produção diminuam.

Enquanto isso, supermercados tentam amenizar os impactos com promoções e estratégias como a venda de produtos a granel. “Temos promoções diárias e dias especiais para padaria, açougue e hortifruti, o que ajuda os clientes a economizar um pouco”, destaca Fernanda.

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