O dia 08 de abril serve para conscientizar a população sobre os cuidados e prevenção da segunda doença que mais mata no mundo.
Julia Viana
O Dia Mundial de Combate ao Câncer acontece anualmente em 8 de abril, data que veio por iniciativa da União Internacional para o Controle do Câncer (UICC). O dia tem o objetivo principal de conscientizar sobre a doença, impulsionar ações de prevenção, detecção precoce e tratamento eficaz.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são previstos 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência.
Por meio dos dados mostrados acima, entende-se que a estimativa é uma ferramenta essencial para o planejamento e gestão da saúde oncológica no Brasil, fornecendo dados cruciais para a formulação de políticas públicas. Foram estimadas as incidências de 21 tipos de câncer mais comuns no país. São eles os de pele, de pulmão, de mama, de estômago, de colo uterino e de próstata.
Para o médico oncologista Márcio C. Kruter, esse dia se faz importante para que as pessoas possam procurar tratamento. Além disso, podem reduzir as chances de em algum momento desenvolver algum tipo de neoplasia ao longo da vida, ou então que ao menos possam diagnosticar em fase inicial quando a prevenção não for suficiente.
O rápido diagnóstico
Para o oncologista, a detecção precoce de uma neoplasia pode alterar de forma positiva as chances de cura e reduzir a agressividade do tratamento. “Uma vez que uma neoplasia não tratada tende a crescer em tamanho e disseminação para outros órgãos do corpo, quanto mais cedo for detectada, menores e menos intensas serão as intervenções necessárias para a tentativa de erradicá-la. Esse conceito se aplica a todos os métodos que venham a estar envolvidos no processo (cirurgia, radioterapia, tratamentos sistêmicos como quimioterapia ou imunoterapia, entre outros),” relata.
Em 2019, o impacto devastador do câncer foi evidenciado com o registro de 232.040 óbitos no Brasil, ocorridos em todas as faixas etárias. Especificamente na faixa etária entre 30 e 69 anos, esse número representou 121.264 vidas perdidas, ressaltando a gravidade da doença em uma fase da vida em que muitos ainda estão ativos e produtivos.
Entre os anos de 2011 e 2015, a taxa de incidência da doença foi de 145,8 casos por 100 mil homens e 118,3 casos por 100 mil mulheres. Mesmo alarmante, esses números mostram uma leve queda em comparação com períodos anteriores, o que indica progresso, mas também destaca a necessidade de esforços na prevenção e detecção precoce do câncer.
De acordo com o site Abbott, o diagnóstico rápido é um avanço nesse sentido, já que poupa o paciente de debilitações mais sérias e permite ao médico mais efetividade no tratamento. Neste sentido, as consequências são positivas em todos os sentidos. Um paciente bem orientado tem mais chances de apresentar uma rápida e hábil melhoria.
Avanços para a prevenção
Com os avanços da medicina, a detecção precoce de tumores, o desenvolvimento de novos fármacos, a imunoterapia, os marcadores moleculares e a cirurgia minimamente invasiva se tornaram meios para ajudar no enfrentamento da doença. Para o médico, as pesquisas, tanto em diagnóstico quanto em tratamento, mudaram drasticamente a capacidade de combate a esta doença. “Os métodos de diagnóstico e tratamento vêm ao longo dos anos se tornando menos invasivos, mais eficazes e mais confortáveis”, cita.
O médico Márcio C. Kruter destaca que para a identificação de uma neoplasia os sintomas são específicos e diferentes para cada tipo e localização de cada uma. “De forma geral, qualquer sinal ou sintoma que não ceda em alguns dias ou semanas, deve ser investigado,” explica. Ele ainda alerta: “qualquer alteração visível ou sentida no corpo precisa ser levada a sério e investigada com brevidade, para um melhor desfecho, seja qual for o diagnóstico”.