Censo da Educação Superior revelou o crescimento de 474% em uma década na modalidade à distância
Julia Viana
Com tendência crescente, segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o Ensino a Distância (Ead) teve um aumento relevante no período de dez anos. Essa tendência foi impulsionada principalmente pela rede particular em meio a consequências da pandemia, que foi forçada a modificar seu método de ensino.
Mas o próprio Censo mostra que é uma tendência observada mesmo antes da doença: nos últimos 10 anos, o índice de novos alunos de Ead aumentou 428,2%. Nas graduações presenciais, houve queda de 13,9% no mesmo período.
De acordo com o site do Ministério da Educação, a modalidade Ead consiste na função onde os professores estão longe fisicamente de seus alunos, tornando fundamental a entrada do meio digital. Essa modalidade é regulada por uma legislação específica e pode ser implantada na Educação Básica (educação de jovens e adultos, educação profissional técnica de nível médio) e na Educação Superior.
Impactos do Ead
Com aumento na adesão das aulas em ensino à distância o estudante de Jornalismo Yan Vitor do campus Ead do UNASP (Centro Universitário Adventista de São Paulo), que escolheu a opção de ensino à distância devido a pandemia da Covid-19 e não queria estar longe da família com a doença em circulação no país. Segundo ele, essa modalidade trouxe grandes benefícios para sua aprendizagem. “Tem me ajudado a ter mais concentração, a prestar atenção nas aulas mesmo à distância e autonomia, tipo ter meu horário de estudos”, conta.
Acreditar que o aumento da procura pelo ensino à distância faz com que isso reforce a vantagem dessa modalidade é uma das convicções do Yan, que destaca o fato de pessoas que não tem condições financeiras para estudar interno e tem pessoas que estão estudando Ead fazendo uma segunda graduação.
Uma ex-estudante de Design Gráfico, que preferiu não se identificar, cursava a modalidade, optou por trancar a sua matrícula por duas razões. A primeira é que ela está produzindo seu doutorado que tem uma grande demanda, já o segundo é por ela não acreditar que o ensino à distância seja muito positivo. “Eu vejo que há também uma diferenciação do aprendizado do aluno, pois a gente tem poucos momentos quando é gravada”, ela cita.
Dados sobre a ascensão da modalidade
Segundo o Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), entre 2011 e 2021 houve uma aumento de 474% na entrada de alunos na graduação em ensino a distância. Esses dados refletem o crescimento do ensino a distância no Brasil e foram divulgados pelo Inep e o Ministério da Educação em coletiva de imprensa no dia 4 de novembro.
Dando destaque para os estudantes dessa modalidade, o estudante Yan sente vantagens como, ter autonomia, quanto se fala em estudar em qualquer horário devido aos trabalhos domésticos, receber compromissos a fazer, conhecer novas pessoas, novas amizades mesmo a distância, estar perto da família, entre outros
O psicólogo Luis Soares destaca que, essa modalidade de ensino ajuda no processo de produtividade, na saúde mental, autonomia e autoestima. “Um resultado positivo a ter esse acesso de ensino à distância em que ajudou na questão da flexibilidade o estudante ele assiste às aulas na hora mais conveniente, então para muitas pessoas isso é é importante”, apresenta.