Eritritol, presente no adoçante, está ligado a rápida coagulação do sangue.
Isabella Maciel
Um estudo publicado no periódico Nature Medicine, divulgado dia 27 de fevereiro, revelou que o eritritol, composto presente em adoçante, pode causar derrame e ataque cardíaco. Apesar dos apontamentos do estudo, ainda é necessário mais pesquisas para ligar diretamente o uso dessa substância com o surgimento desses sintomas.
O eritritol, substância artificial usada em adoçantes para substituir o açúcar de forma mais saudável, é considerado zero caloria e tem cerca de 70% de doçura, não aumenta o açúcar no sangue, causa menos efeito laxante e também é encontrado em frutas e vegetais de forma natural.
Pesquisas realizadas em laboratório e em animais reveladas no artigo apontam que o eritritol tem sido ligado a rápida coagulação do sangue. Desse modo, ele causa o entupimento e rompimento das artérias ou de um vaso sanguíneo, e também pode gerar ataque cardíaco e derrame.
Além de ser encontrado em frutas e vegetais de forma natural, o eritritol também é encontrado no corpo humano, porém, em quantidades baixas que não seriam responsáveis pelos níveis medidos na pesquisa, diz Stanley Hazen, um dos cardiologistas da Cleveland Clinic.
Como o estudo foi feito
Os cientistas da Cleveland Clinic avaliaram dados de mais de quatro mil americanos e europeus que passaram por avaliação cardíaca de rotina. Eles apontaram que aqueles que tinham altos níveis de eritritol no sangue apresentaram maiores tendências de sofrer problemas cardíacos.
Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD) destacou que “o estudo referido teve como base pessoas que já apresentavam problemas cardiovasculares.”
“Seria necessário verificar se os efeitos são observados em pessoas saudáveis a longo prazo. Além disso, (os experimentos) usaram quantidades diferentes das preconizadas pelo uso comumente”, escreveu a assessoria de imprensa da ABIAD.
O Dr. Andrew Freeman, do National Jewish Health, disse em entrevista à CNN que “a ciência precisa mergulhar mais fundo no eritritol e com urgência, porque essa substância está amplamente disponível no momento. Se for prejudicial, devemos saber sobre isso.” Sugere Freeman, do National Jewish Health.