IBGE registra aumento no número de mulheres grávidas aos 40 anos.
Kesia Grigoletto
O número de mulheres tendo filhos com mais de 40 anos cresceu 65,7% entre 2010 e 2022 segundo o estudo Estatísticas de Gênero feito pelo IBGE. O grupo de mães de 40 a 49 anos foi o único a crescer nesse período, saindo de 90,9 mil em 2018 e passando para 106,1 mil em 2022.
Segundo o IBGE, a decisão de ter filhos tardiamente se deve a escolarização e a maior participação das mulheres no mercado de trabalho. O estudo mostra que 60,3% dos discentes que concluíram cursos de graduação presenciais no ano de 2022 eram do sexo feminino. As mulheres nesse mesmo ano representavam 53,3% da força de trabalho no país, número que apesar de ser inferior à participação masculina, representa um crescimento.
Consequências de uma gestação tardia
Uma gestação nessa faixa etária pode oferecer uma série de riscos. A enfermeira obstetra Mayara Ferreira explica que “os riscos começam a partir dos 35 anos de idade. Elas (as grávidas) se enquadram em alto risco, pois essas mulheres têm mais probabilidade de desenvolver diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, anemia, parto prematuro e outros fatores”.
Algumas mães relatam diferenças entre gestações que tiveram antes dos quarenta anos e com quarenta anos ou mais. Edilane Lemos foi mãe pela primeira vez aos quinze anos e depois novamente aos quarenta, de acordo com ela, foram duas gestações completamente diferentes.
Em sua primeira gravidez lavou roupa, limpou a casa, o que em contrapartida foi totalmente diferente em sua segunda gestação, pois teve sangramentos, pressão alta e complicações que a acompanharam do início ao fim da gestação. “Eu só sosseguei quando o parto foi feito e eu a vi, porque eu achava que ela não ia nascer”, destaca.
Cuidados e prevenções
Levando em conta os riscos e perigos ocasionados por uma gravidez tardia, algumas precauções e cuidados podem e devem ser tomados. A enfermeira obstétrica Mayara, relata alguns deles, como buscar uma alimentação e atividade física adequadas, procurar um profissional competente que aplique protocolos em evidências científicas.
“É importante lembrar que ter uma gestação tardia (com idade igual ou superior a 35 anos) não é uma indicação absoluta de cesárea! O parto normal ainda é a melhor opção tanto para a mãe quanto para o bebê, quando bem assistido e acompanhado. Antes de escolher o profissional que irá acompanhá-las, é recomendado perguntar qual a taxa de cesariana desse profissional”, ressalta.