4.400 atletas entram na disputa pelas medalhas.
Davi Sousa
Os Jogos Paralímpicos começam nesta quarta-feira (28), em Paris. A cerimônia de abertura está programada para ser realizada às 15h, de Brasília e a competição segue até o dia 8 de setembro.
Contando com a presença de 185 delegações, a 33ª edição dos Jogos Paralímpicos celebra a força de mais de 4 mil atletas que disputaram 22 modalidades com 549 eventos espalhados pelas arenas e pontos turísticos da cidade do amor.
Esse ano a delegação brasileira bate recorde de participação nos jogos com 279 atletas representando o país. Competindo em 20 das 22 modalidades, o Time Brasil só fica de fora do basquete e rúgbi em cadeira de rodas.
Esse ano não só se destaca pelo alto nível competitivo dos atletas, mas celebra a diversidade e inclusão. Paris 2024 já é a edição dos Jogos Paralímpicos com a maior participação feminina já registrada com mais de 1800 mulheres competindo por suas delegações. O Time Brasil leva 116 mulheres para lutarem por uma vaga ao pódio refletindo o esforço do Comitê Olímpico Internacional e brasileiro de igualdade de gênero nos jogos.
A expectativa para esta edição é tão alta que o presidente do IPC (Comitê Paralímpico Internacional), Andrew Parsons, afirmou em coletiva de imprensa que Paris vai sediar os “Jogos Paralímpicos mais espetaculares da história”. Parsons destacou o papel crucial do comitê organizador e a atmosfera vibrante da cidade, comentando: “Eu realmente acredito nisso. E depois de estar aqui durante a Olimpíada, não tenho dúvidas sobre isso.”
Brasil nas Paralimpíadas
O esporte paralímpico no Brasil começou a ser praticado com uma frequência significativa no final da década de 50, mas a primeira participação nas Paralimpíadas só foi acontecer em 1972 em Heidelberg, época onde as sedes das Olimpíadas e Paralimpíadas ainda eram separadas.
A primeira medalha brasileira foi conquistada em 1976 por Luiz Carlos da Costa conquistando prata na prova do lawn bowls, esporte semelhante à bocha que é jogado na grama. A partir da década de 1980 o Brasil começou a ter resultados significativos e hoje se tornou uma potência mundial no esporte paralímpico e por conta desse grande crescimento em 1995 foi criado o comitê paralímpico brasileiro.
Atualmente o Brasil é uma das maiores referências do esporte paralímpico no mundo, conquistando 373 medalhas em sua história ao longo de 13 edições a caminho da 14ª edição. O Time Brasil vem com uma grande potência para Paris por conta do ótimo desempenho obtido nas duas últimas edições com 72 medalhas cada. Esse ano o Comitê Paralímpico Brasileiro tem metas de superar esses resultados, prometendo uma das melhores participações brasileiras na competição.
Modalidades em destaque
Entre as modalidades que prometem trazer muitas alegrias para o Brasil, destacam-se o atletismo e a natação, modalidades em que o país tradicionalmente tem um forte desempenho. No atletismo, a expectativa está em nomes como Petrúcio Ferreira, velocista que já fez história em edições anteriores e busca repetir o feito em Paris.
Na natação, Daniel Dias, maior medalhista paralímpico brasileiro de todos os tempos, é sempre um nome que chama a atenção, apesar de ele já ter anunciado sua aposentadoria. Novos talentos emergem para continuar o legado de sucesso na piscina.
Outro destaque é o futebol de 5, esporte em que o Brasil é soberano, tendo conquistado todas as medalhas de ouro desde que a modalidade foi introduzida nas Paralimpíadas de Atenas em 2004. A equipe brasileira chega a Paris como favorita, buscando manter essa hegemonia.
Impacto e legado dos jogos
Os Jogos Paralímpicos em Paris não são apenas uma vitrine para o talento esportivo, mas também uma oportunidade de reforçar a importância da inclusão e da diversidade no esporte. A cidade de Paris se preparou para receber os atletas e o público com uma infraestrutura acessível, o que deixa um legado duradouro para os moradores e visitantes da cidade.
Além disso, o impacto das Paralimpíadas vai muito além do período de competição. No Brasil, a visibilidade dos atletas paralímpicos têm contribuído para uma maior conscientização sobre as pessoas com deficiência, promovendo mudanças na sociedade e inspirando novas gerações de atletas.
Como afirmou Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, em entrevista ao Estadão: “A principal mudança nos últimos anos foi o planejamento estratégico de 2017. Lá, por conta da formação do planejamento, decidimos mudar a lógica do desenvolvimento do esporte paralímpico no Brasil. Antigamente, o CPB agia de forma mais passiva, no sentido de organizar as competições no País, selecionar os melhores atletas e depois levá-los para essas missões de Pan e Paralimpíadas.”