A inserção das mães no mercado de trabalho cresce, mas desafios econômicos persistem, revelam dados do IBGE e FGV.
Diogo Cruz
Cerca de 65% das mães com filhos menores de 6 anos estão inseridas no mercado de trabalho, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE). Os números demonstram uma mudança significativa nas dinâmicas familiares e econômicas nas últimas décadas, à medida que mais mães buscam equilibrar suas responsabilidades familiares com a carreira profissional.
De acordo com o relatório feito por Fostering Women’s Leadership e Workplace, of Women in the Workplace 2021, à medida que se avança na hierarquia corporativa, a representatividade feminina diminui consideravelmente. Isso reflete um desafio persistente de igualdade de gênero no ambiente de trabalho, onde, apesar dos avanços, as mulheres continuam sub-representadas em posições de liderança.
Desafios econômicos da pós-maternidade
As mulheres são a maioria, pois segundo o IBGE, o número superou em 4,8 milhões o de homens no Brasil. Mesmo assim, ainda não possuem a representatividade que deveriam ter dentro das empresas, principalmente quando se fala em cargos de liderança.
Elas enfrentam desafios econômicos significativos após o nascimento de um filho, é o que revela o estudo “Estatística de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil”, também realizado pelo IBGE. Além disso, uma pesquisa conduzida pela Fundação Getulio Vargas (FGV) apontou que, em média, as mulheres experimentam uma redução de 30% em sua renda após o parto.
Ainda de acordo com a pesquisa, essa redução salarial pode ser atribuída a vários fatores, como a necessidade de conciliar os cuidados com o filho, licenças de maternidade muitas vezes não remuneradas o suficiente e a falta de políticas eficazes de apoio à maternidade no ambiente de trabalho.
Conciliando Maternidade e Carreira
Ana Clara, de 33 anos, relata que durante o período da maternidade, funções como: manutenção do lar, cuidar dos filhos pequenos e até levar eles na creche acabam dificultando na parte da maternidade. “Sou mãe solo, meu trabalho é dobrado e não tenho ninguém para me ajudar, então é muito difícil esse processo”, relata.
Os dados (IBGE) também lançam luz sobre a desigualdade de gênero no cenário salarial. Em média, as trabalhadoras brasileiras ganham 20,5% menos que os homens. Essa disparidade salarial persiste em todos os níveis e setores, revelando uma questão estrutural e profundamente enraizada.
Além disso, a conscientização sobre a importância da igualdade de gênero e o combate à discriminação no ambiente de trabalho são fundamentais para garantir que as mães tenham as mesmas oportunidades e remuneração justa que seus colegas masculinos.